Universidade Federal do Piauí

 

 

Esta Linha de Pesquisa compreende as investigações empíricas, as reflexões teóricas e as produções metodológicas direcionadas para o estudo das dinâmicas culturais que estão na base dos processos de construção identitária no contexto da contemporaneidade. Na “era das identidades”, a elaboração social e a formulação cultural de diferenças ligadas à idade e aos efeitos do tempo inscritos no corpo, às relações de gênero, à organização dos grupos familiares e de parentesco, à vivência das sexualidades, às formas religiosas, à sistemática da raça/cor e das políticas de etnicidade, à configuração das (inter)subjetividades, dentre tantos outros “marcadores identitários” ou marcadores sociais da diferença, tornam-se interessantes e poderosos objetos de estudos antropológicos.

 

Eis o projeto desta Linha de Pesquisa: gerar subsídios (teóricos e metodológicos) para a compreensão das lógicas complexas das relações de poder e de sentido que sustentam a contemporaneidade. São abordados, nesta Linha de Pesquisa, temas como: as corporalidades, a saúde e a doença; os grupos de idade e as gerações; a construção social das sexualidades e das homossexualidades; as relações de gênero; a organização social, o parentesco e a família; as relações raciais e a etnicidade; a religiosidade; a arte e a imagem; e a percepção do patrimônio cultural.

 

 

 

A Antropologia vem sendo interpelada pela crescente importância do interesse pelos processos identitários relativos ao que convencionalmente usou-se denominar de “culturas tradicionais” (ritualidades, oralidades, localidades e ruralidades e suas territorializações identitárias), apesar de algumas correntes teóricas anunciarem o fim histórico dessas culturas, supostamente transformadas e destituídas de sua “essência” pelos movimentos estruturantes globais.

 

São abordados, nessa Linha de Pesquisa, temas como: a constituição da memória social; as particularidades dos modos de vida rurais; os movimentos sociais e culturais rurais e os conflitos no campo; as migrações e suas conseqüências culturais; as narrativas de sertão e seus mitos; os rituais, as festas, os dramas sociais e as performances; as relações entre sociedade e meio-ambiente; a sustentabilidade; a inserção de povos tradicionais na economia de mercado; e a etnohistória das populações tradicionais. Esta Linha agrupará, assim, os estudantes interessados nas diversas formas de culturas tradicionais, principalmente quando se reconhece a forte marca identitária rural e “tradicional” nas práticas sociais piauienses.

 

 

 

Compreender os processos de constituição social das diferenças culturais no tempo (histórico e pré-histórico) e no espaço (regional) com a finalidade de promover a formação da cidadania cultural pode ser considerado como o objetivo (e objeto) maior dos estudos antropológicos e arqueológicos. À Arqueologia caberia a tentativa de entendimento dos processos pré-históricos e históricos, mas também a formulação de técnicas e políticas de preservação e conservação de sítios de valor cultural e a elaboração de projetos de educação patrimonial. Esta área de concentração tem como objetivo enquadrar as pesquisas relativas aos aspectos pré-históricos da diversidade humana e às formas de preservação e conservação do patrimônio cultural arqueológico histórico e pré-histórico.

 

 

Os vestígios arqueológicos (material lítico, cerâmico, ósseo, pinturas e gravuras, ruínas...) são marcadores materiais que possibilitam o entendimento da dinâmica cultural dos grupos humanos em diferentes épocas. A preservação desses vestígios e contextos constitui-se elemento imprescindível ao estudo das ocupações humanas, alguns necessitando de intervenções que visem sua conservação. O grande potencial arqueológico brasileiro e, em particular, regional, tem gerado forte demanda de especialistas nessas duas áreas do conhecimento, sobretudo com a emergência do turismo arqueológico e ecológico como uma prática econômica auto-sustentável. Outro fator gerador dessa demanda são os empreendimentos impactantes que afetam diretamente esse acervo, implicando na necessidade de formação de profissionais aptos à realização de projetos de arqueologia preventiva. Some-se a esses aspectos a premência no que diz respeito ao levantamento de sítios arqueológicos e do estado de conservação, por um lado, para conhecimento do patrimônio arqueológico nacional e, por outro, para a realização de ações preventivas visando o prolongamento da vida desses locais e a elaboração de projetos de educação patrimonial.

 

Esta Linha de Pesquisa aglutinará as pesquisas especificamente sobre as culturas materiais, por um lado, e a conservação do material arqueológico, por outro, levando-se em consideração a necessidade de se pensar a Arqueologia numa perspectiva antropológica, ou seja, como aliada à Antropologia Social e Cultural e à Antropologia Biológica, formando um todo coerente.