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TELA SOCIOLÓGICA: ADEUS LENIN! UM FILME DE WOLFGANG BECKER.

03/08/2016 14:40

Data: 03/082016

Horário: 16:00 e 18:00

Local: Sala Monsenhor Melo - CCHL

Organização: Prof. Francisco de Oliveira Barros Junior/Departamento de Ciências Sociais

A Tela Sociológica mais uma vez vai ao final dos anos 80 para acompanhar o delicado relacionamento entre Alexander Kerner (Alex) e sua mãe (Christiane). No contexto da queda do Muro de Berlim, em um momento crítico do socialismo real, a citada figura materna sofre um enfarte e fica em coma por um prolongado período. “Casada com nossa pátria socialista”, assim é apresentada Christiane, uma ativista que, por conta da sua patologia dormiu “durante a triunfal marcha do capitalismo”. Enquanto dormia, os caminhões com a logomarca da Coca-Cola transitavam pelas ruas berlinenses em processo de reunificação. A Mc’donaldização social, com o seu estilo de vida fast-food, principiava a invadir a cena cotidiana. Quando Christiane finalmente acorda, ela indaga: “O que aconteceu nos 8 meses em que dormi?” Uma recomendação médica alertava a sua família: “...devem evitar que tenha qualquer tipo de emoção ou aborrecimento”. O mundo girava e “tudo aquilo em que ela acreditava evaporou em meses”. Um abnegado e cuidadoso Alex tem diante de si o desafio de poupar a sua mãe de saber dos últimos acontecimentos históricos e as consequentes mudanças sociais, econômicas e políticas. Na qualidade de cuidador, com o objetivo de proteger a sua genitora, ele fez tudo o que podia para ressuscitar uma versão da Alemanha Oriental no quarto da sua mãe. É comovente o seu empenho para poupar a mãe de pôr os pés no novo chão germânico. A consciência de uma outra Berlim certamente abalaria quem outrora acalentou sonhos socialistas. Alex não mediu esforços para defendê-la de decepções potencialmente fatais diante da fragilidade da sua saúde. Nos momentos finais do filme, ele profere uma sintética fala na qual justifica a sua afetiva ação com vistas a preservar a vida da sua mãe : “o país que minha mãe deixou para trás era um país em que ela acreditava. Um país que mantivemos vivo até seu último suspiro. Um país que nunca existiu daquela forma. Um país que, na minha memória, sempre vou associar à minha mãe”. Da tela para a companhia das letras, cito a qualificada reflexão de Eric Hobsbawm para quem tenha interesse em pensar sobre Marx hoje. No livro “Como mudar o mundo”, Hobsbawm escreve: “...Marx, por meio de seus textos, continuou a ser uma força colossal em três sentidos: como pensador econômico, como pensador e analista da história e como o reconhecido pai (junto com Durkheim e Max Weber) da reflexão moderna sobre a sociedade. Não estou habilitado a expressar uma opinião quanto à sua persistente e evidentemente séria posição como filósofo. Mas duas coisas, com certeza, nunca perderam relevância para os nossos dias: a visão que Marx tinha do capitalismo como sistema econômico historicamente temporário e a análise que fez de seu modus operandi –continuamente expansionista e concentrador, gerador de crises e autotransformador”. Comentários: Francisco de Oliveira Barros Junior

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