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Tela Sociológica

30/09/2015 09:03

Data: 05 e 06/10/2015

Local: Sala Newton Lopes

Horário: 16:00

Organização: Departamento de Ciências Sociais

Comentários Prof. Francisco de Oliveira Barros Junior

TORMENTO: UM FILME DIRIGIDO POR ALF SJÖBERG E COM ROTEIRO DE INGMAR BERGMAN.

Acessar as delicadas e complexas relações entre os professores e os seus alunos, é um dos objetivos da próxima TELA SOCIOLÓGICA. Um professor é uma figura humana, demasiadamente humana, ou seja, uma pessoa que vai para a sala de aula com todas as questões que compõem as rotinas dos simples mortais. Muitas vezes expõe publicamente os seus conteúdos e está abalado por estar vivenciando uma separação conjugal. Como escreveram os poetas: “quem me vê assim cantando, não sabe nada de mim”. Atuando no espaço público e angustiado com os dilemas existenciais da sua vida privada. O show tem que continuar e ele, tal qual um ator ou palhaço, deve cumprir com o seu horário de trabalho para garantir o seu sustento. Professores são gente de carne e osso com todas as emoções e sentimentos que caracterizam a ambiguidade humana. No filme TORMENTO, o professor de latim, chamado de Calígula pelos seus alunos por conduzí-los sob uma pedagogia do terror, revela a sua solidão quando desabafa para um dos discentes, alvo do seu sadismo. Um sujeito carente e solitário sustenta um docente adjetivado de “torturador”, “monstro” e “sádico” por jovens aterrados com o seu método de ensino. Atentemos para o desabafo de um profissional que, sob a couraça da rigidez disciplinar, oculta uma face frágil: “Sempre vivi muito sozinho. Quatro paredes, estantes, uma cama, um escritório, mulheres da limpeza, alunos, camareiras mas ninguém que se preocupasse comigo. ...Ninguém quer ter nada a ver comigo. Zombam de mim ou fogem. Têm medo de mim e agora sou eu que tenho medo de mim mesmo”. Fora da sala de aluna, assume: “Eu tenho estado doente...muito doente”. Um mestre com o latim na ponta da língua mas com uma inteligência emocional debilitada. Na sua Sociologia da Educação Moral, Émile Durkheim expõe sobre os meios de ação do professor: “Sua ação consiste, sobretudo, em multiplicar as circunstâncias em que pode ser produzida uma livre elaboração de ideias e de sentimentos comuns e em coordenar e consolidar os produtos que disso resultam. Impedir que os maus sentimentos sejam comunicados, reprimir sua expressão, reforçar os outros sentimentos com todo o peso de sua autoridade, aproveitar todos os acontecimentos da vida escolar para despertar esses bons sentimentos, a fim de que se consolidem e se tornem tradicionais,...”.

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