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Professor do CAT desenvolve anti-oxidantes a partir do caju

Professor do CAT desenvolve anti-oxidantes a partir do caju

28/10/2010 18:53

O caju é um fruto regional de grande importância econômica para o Piauí. O fruto e a amêndoa, retirada da castanha, são amplamente utilizados na alimentação, produção de sucos, doces, cajuína e outros produtos. Mas o pesquisador Francisco Cardoso Figueiredo, professor do Colégio Agrícola de Teresina da Universidade Federal do Piauí acaba de descobrir uma nova utilidade para o caju, mais precisamente para o líquido que é extraído durante o processo de beneficiamento da castanha de caju. O professor está utilizando o LCC (líquido da castanha de caju) na produção de anti-oxidantes para biodiesel.

Na sua dissertação de mestrado, intitulada Um anti-oxidante para biodiesel à base de LCC (líquido da castanha de caju), que foi defendida em agosto do ano passado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação do Prof° Dr° José Ribeiro Santos Júnior, da UFPI, Francisco Cardoso encontra uma nova utilidade para o LCC, que segundo o pesquisador servia apenas facilitar a queima de caldeiras nas indústrias. "O anti-oxidante desenvolvido na pesquisa é natural e sairá por um preço final muito baixo, por conta da própria utilidade do LCC, que é utilizado atualmente, somente para queimar caldeira. Além disso o preço do litro de LCC é muito baixo, cerca de R$ 1,00, o que barateia ainda mais o anti-oxidante", esclarece o professor.

O caju é fruto de grande importância para a economia do Piauí

Francisco Cardoso é professor do Colégio Agrícola de Teresina e fez o seu mestrado através do Mestrado Institucional em Ciências e Engenharia de Materiais (MINTER), uma parceria da UFPI com o IFPI e a UFRN. O professor afirma que seu projeto foi todo desenvolvido na UFPI e que suas pesquisas foram realizadas nos laboratórios do Departamento de Química, cabendo ao IFPI e à UFRN apenas os créditos obrigatórios do programa. Segundo o professor, após a defesa da sua dissertação ele continuou trabalhando nesse projeto e até agora já foram sintetizados cinco anti-oxidantes à base do LCC. "O LCC é o principal componente do anti-oxidante, ele é utilizado diretamente, sem nenhum processamento, apenas a filtragem. Já sintetizamos cinco anti-oxidantes apenas mudando os aditivos, para aumentar a qualidade do produto, mas todos são à base de LCC", informa o professor. 

Os trabalhos realizados pelo professor nos laboratórios do Departamento de Química da UFPI, se tornaram mais precisos com a aquisição do Rancimat, que é um equipamento que serve para medir a estabilidade oxidativa do biodiesel. O professor explica que, a Agência Nacional de Petróleo tem suas normas para o biodiesel. "São 29 especificações. Trabalhei apenas com a estabilidade oxidativa, que é regulada pela norma Européia (EN-14112). Essa norma diz que para o biodiesel ter qualidade ele deve ter um tempo de indução de seis horas", explica. O tempo de indução é o tempo que o biodiesel leva para oxidar dentro do Rancimat, o que foi plenamente atingido pelos anti-oxidantes à base de LCC, além disso os anti-oxidantes desenvolvidos pelo professor podem ser utilizados em qualquer biodiesel.

Outra inovação no trabalho do professor Francisco Cardoso é que através desse estudo ele entrou com processo de pedido de depósito de patente de um anti-oxidante à base de LCC, o que será a primeira patente registrada pelo Colégio Agrícola de Teresina. Francisco Cardoso ainda ressalta a importância do MINTER, tanto para a UFPI, quanto para professores e alunos. "Acho muito importante a UFPI qualificar os professores. Nesse processo a instituição é a maior beneficiada. Quanto mais se qualifica o professor, maior será o reflexo na qualidade dos alunos", finaliza.

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