O Laboratório de Biotecnologia da Reprodução Animal (LBRA), Laboratório de Sanidade e Reprodução Animal do Colégio Técnico de Teresina e o Grupo de Estudo em Reprodução Animal (GERA) do Colégio Técnico de Floriano promoveram uma semana de capacitação e treinamento intensivo na área de produção in vitro de embriões e técnicas de recuperação e congelação de embriões, ministrados pelo Prof. Dr. Enoch Borges de Oliveira Filho, pesquisador de renome internacional, com quatro pós-doutorados, professor titular aposentado da UNESP de Jaboticabal/SP, um dos pioneiros na produção in vitro de embriões na América Latina.

Prof. Dr. Enoch Borges em processo de classificação de embriões

Segundo o Prof. Dr. José Adalmir Torres, Coordenador do LBRA, o treinamento foi voltado para professores e alunos da Pós-Graduação em Ciência Animal. “Foi de suma importância para condução de nossas pesquisas, pois Dr. Enoch abordou diversas práticas que visam a melhor compreensão e fortalecimento dos estudos em biotécnicas reprodutivas, em particular àquelas associadas ao co-cultivo de embriões bovinos em oviduto de ovelhas”, afirma.

Equipe de professores e pós-graduandos

Em Floriano, o trabalho foi desenvolvido na Fazenda Experimental do CTF e voltou-se à coleta e congelamento de embriões bovinos. Para o Médico Veterinário João Mendes, Coordenador do GERA, do CTF, o treinamento permitirá a adoção de tecnologias inovadoras na região, ao tempo que inclui e prepara os alunos do CTF para estas novas demandas. Enfatiza, ainda, que desde 2012 a reprodução do rebanho bovino na Fazenda Experimental ocorre 100% de forma artificial e realizada por alunos e estagiários do GERA – Grupo de Estudos em Reprodução Animal do Colégio Técnico, sob a sua coordenação. “É necessário avançar e, portanto, a Tecnologia de Embriões é ferramenta necessária para um ganho genético a curto prazo”, destaca.

Coleta de embriões em vaca

O CTF com apoio do CTT e LBRA tem buscado evoluir no processo de coleta e congelamento de embriões, fazendo assim reproduzir a melhor genética disponível. No processo de Tecnologia de Embriões as melhores vacas (chamadas doadoras) são submetidas a uma superovulação, através de protocolo hormonal, possibilitando a liberação de vários óvulos. Em seguida são inseminadas e no sexto dia após a inseminação são colhidos os embriões, congelados e armazenados em botijões criogênicos a temperatura de 196 °C negativos. Algum tempo depois esses embriões são inovulados em receptoras (vacas comuns, chamadas popularmente “barrigas de aluguel”) que irão gestar produtos de elevado valor genético. Para inseminação das doadoras foi utilizado sêmen sexado de fêmea. João Mendes explica que em vacaria é desejável que nasçam apenas BEZERRAS, desta forma, o uso do sêmen sexado na Tecnologia de Embriões seria uma vantagem a mais.

Inovulação de embrião em ovelha

O Prof. Dr. José Adalmir Torres reforça a importância de domínio desta tecnologia para o avança da pesquisa. Segundo ele, o LBRA dispõe de equipamentos modernos necessários ao cultivo in vitro de embriões. “Formar profissionais com o domínio desta tecnologia representa um ganho significativo para o setor pecuário regional, vez que possibilita o incremento genético do rebanho a curto prazo”.

Para o Dr. Enoch Borges a seleção genética passa pela escolha de vacas de alta produção e sêmen de touros melhorados. Neste sentido, explica o pesquisador que a Tecnologia de Embriões é a ferramenta perfeita e necessária à evolução dos rebanhos. Ainda de acordo com o pesquisador, mão de obra qualificada ainda é um dos gargalos para o avanço da Tecnologia de Embriões. Desta forma os professores Sousa Júnior do CTT e José Adalmir Torres do LBRA/CCA/UFPI enfatizaram a importância da atividade para a pesquisa e, especialmente, para a formação de mão de obra qualificada. O professor Sousa Júnior reforça que no competitivo mercado de trabalho se faz cada dia mais necessária a qualificação do técnico. O mercado exige um técnico preparado, seguro, capaz. Atividades dessa natureza visam sobre tudo qualificar nossos alunos para que possam competir quando formados no mercado de trabalho.