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Uma vida construída sobre as derrotas

30/06/2011 11:14

Sempre me perguntaram como consegui tanto e tive tanto sucesso em minha vida e em minhas escolhas, e sempre respondo que não foi sem esforço; afinal, essa trajetória foi construída sobre derrotas. Sempre admirei oradores, tribunos, palestrantes, mas meu discurso ainda era muito insipiente. Achava os esportes algo muito legal, mas era ruim em quase todos, ao menos todos os que havia experimentado. Era daqueles jogadores de futebol que “se marcam sozinhos”. Também não tinha sucesso quando se tratava de conquistas amorosas. Sempre tive espírito empreendedor, porém minhas incursões no empreendedorismo não foram lá muito bem-sucedidas, fruto, provavelmente, da inexperiência. Olhando para trás, das 14 empresas que montei, 12 deram errado. Nos concursos não foi diferente, amarguei várias derrotas, como todos já sabem. Colecionei seis reprovações.

Para melhorar com as garotas, comprei um livro sobre conquista amorosa. Para passar no vestibular, comecei estudando 10 minutos por dia, e fui me obrigando a estudar mais até passar o dia todo estudando, das 8h às 22h, com intervalos de dez minutos a cada hora de estudo. Quanto às empresas, fui montando uma atrás da outra, sem nunca desistir. Concursos também, um atrás do outro, sempre procurando ver por que eu era rejeitado ou reprovado e, em seguida, tentando novamente, sem cometer o mesmo erro. Eu poderia até falhar de novo, mas que fosse por um motivo diferente.

Ao longo dessa jornada, descobri as lições de William E. Deming, que fala sobre o Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Action), ou seja, o ciclo no qual você PLANEJA, AGE, CHECA OS RESULTADOS e providencia uma AÇÃO CORRETIVA na próxima tentativa, se a primeira tiver falhado. Isso realmente funciona! Eu não sabia ainda o nome do processo, mas, intuitivamente, sempre o apliquei: ter um plano, tentar, errar, ver onde houve erro e tentar de novo, de um modo melhor. A programação Neurológico (PNL) ensina que temos de saber o que queremos, atender ao que está acontecendo (aos resultados que estamos obtendo) e termos flexibilidade para mudar até acertar. É a mesma lição do ciclo PDCA, apenas posta em outras palavras e, por fim, descobri uma das lições do megainvestidor Warren Buffett : “Eu não tenho nenhum problema em fazer negócios com alguém que já foi a falência. Mas jamais farei negócios com alguém que foi à falência duas vezes pelo mesmo motivo”.

E essa foi a lição que tirei de todas as derrotas que tive: você nunca será um perdedor ou fracassado, qualquer que seja o número de reveses e insucessos que tenha tido ao longo da jornada, desde que mantenha seu sonho, sua atitude e sua disposição de aprender com o erro e tentar de novo. Foi assim que cheguei lá. Derrota e fracasso são situações, não pessoas.

 

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e especialista em provas e concursos

Fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE CADERNO EMPREGOS pg.4 de 26/06/2011

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