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Calouros do Enem enfrentam aluguéis caros e falta de imóveis no RS
15/04/2010 11:51
O Rio Grande do Sul se transformou num dos Estados com maior índice de estudantes “estrangeiros” em suas universidades públicas a partir do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2009, quando o exame serviu como instrumento de ingresso no ensino superior. Segundo dados do MEC (Ministério da Educação), a unidade federativa gaúcha tem índice de ocupação de vagas de 30% para alunos vindos de outros Estados.
Essa migração tem mexido com o mercado imobiliário em suas principais cidades universitárias: Pelotas, Santa Maria e, até, Porto Alegre. Ainda segundo o MEC, a taxa de alunos migrantes nas federais que adotara o Enem como vestibular por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) não passou de 25% dos alunos no restante do país. Para se ter uma ideia, em São Paulo, esse índice ficou abaixo de 7% -- o Estado "exporta" mais universitários que "importa".
Em Pelotas, a pequena oferta de imóveis para alugar acabou por inflacionar o mercado para os estudantes. Muitos deles só encontraram abrigo nas instalações do DCE (Diretório Central de Estudantes) da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), em Pelotas.
O aluguel de um apartamento de dois quartos, que pode abrigar até quatro pessoas, varia de R$ 600 a R$ 1.000 dependendo da região da cidade. De modo geral, os valores subiram 15% entre 2009 e 2010, segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis (Secovi) de Pelotas, Gabriel Souto Júnior. Os motivos, no entanto, não são atribuídos apenas ao contingente de universitários que está se mudando para o Estado. “Reconheço que é muito para um estudante, mas o mercado se organiza conforme a demanda”, justificou Souto Júnior.
"Não estávamos preparados"
A reitoria da UFPel estima que 70% dos novos alunos sejam egressos de outros Estados – número que fica em torno 2.100 estudantes. Em 2009, a instituição utilizou integralmente o resultado do Enem para distribuir todas as suas vagas.
“Não estávamos preparados para essa migração. Temos projeto para construir uma Casa do Estudante, mas o investimento é alto e a concretização é demorada”, disse o reitor Antonio Borges. Segundo ele, a construção do novo complexo deve estar pronta apenas em 2012 – o investimento necessário chega a R$ 10 milhões.
Enquanto isso não ocorre, os estudantes se instalam como podem na sede do DCE. A sede do diretório, entretanto, não tem capacidade para abrigar mais do que 25 pessoas de cada vez. No Rio Grande do Sul, dois institutos e três universidades (de Pelotas, do Pampa e UFCSPA) abriram vagas pelo Enem.
A UFCSPA (Fundação Universidade Católica de Ciências da Saúde de Porto Alegre) distribuiu 368 vagas em oito cursos pelo sistema. O estabelecimento é destaque por ter se firmado nos últimos anos como a segunda melhor instituição de ensino superior do país na área médica com base nas avaliações do Ministério da Educação.
Em 25 de março, o reitor visitou a sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e "constatou as condições precárias em que estão provisoriamente alojados cerca de 65 novos alunos da universidade". Na ocasião, Cesar Borges anunciou a liberação de bolsa moradia, bolsa transporte e bolsa alimentação para o grupo.
Fonte: UOL Educação
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