Brasil Brasil Brasil

Notícias

Parceria entre universidade e mercado gera pesquisa de ponta

07/02/2013 09:15

Enquanto neste momento governo, Congresso e Justiça se debruçam sobre a polêmica distribuição dos royalties do pré-sal, a milhares de quilômetros de Brasília uma parceria entre uma universidade e uma petrolífera se concentra no desenvolvimento da tecnologia necessária para viabilizar a exploração comercial do petróleo em águas ultraprofundas.

A interação entre a Coppe/UFRJ e a Petrobras não é nova, mas enfrenta agora um momento especialmente fértil em virtude dos desafios da nova fronteira petrolífera. Iniciada em 1977, a parceria gerou mais de três projetos conjuntos e levou ao desenvolvimento da tecnologia de exploração de petróleo e gás offshore (em alto mar) que tornou a instituição uma referência mundial. A Coppe ainda foi responsável pela formação de mais da metade dos técnicos do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).

Instigada pelos desafios tecnológicos do pré-sal, a universidade constrói um parque tecnológico na parte sul da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão. Ali, mais de dez centros de pesquisa estão sendo implantados por gigantes do setor, como Halliburton, Siemens, FMC Technologies, BG Group e GE. São investimentos que devem chegar à casa do R$ 1 bilhão e gerar 5 mil empregos (hoje trabalham 1,2 mil pessoas no parque).

Por contrato, cada empresa de grande porte instalada no parque terá de investir ao menos R$ 3 milhões anuais durante os primeiros cinco anos em projetos de pesquisa e cooperação com a UFRJ. Para pequenas e médias, a exigência é de 3% do faturamento. Além disso, os novos centros de pesquisa geram uma demanda por especialistas altamente qualificados.

O investimento privado ainda não chega à metade (45,7%) do recurso total aplicado na área no Brasil, segundo o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), contra 70% em países reconhecidamente inovadores, como EUA, Alemanha, China, Coreia do Sul e Japão. Estima-se que menos de 50 mil cientistas trabalhem em pesquisa na indústria brasileira. Na Coreia do Sul, esse número é três vezes maior (166 mil) e nos EUA, passa de 1 milhão.

No Sul, a parceria entre Embraco e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) em projetos de pesquisa completou 30 anos em 2012. Não é à toa que neste período a empresa, com sede em Joinville (SC), tenha dado um impressionante salto de inovação: deixou de comprar tecnologia alemã para se tornar a líder mundial de compressores herméticos para refrigeração e referência tecnológica do setor.

Os projetos da Embraco com a UFSC envolvem hoje cinco laboratórios da UFSC e quase 150 pessoas, entre docentes e alunos bolsistas. “A universidade nos desenvolve o conhecimento técnico e os nossos engenheiros transformam esse conhecimento em produtos”, afirma Fábio Klein, diretor corporativo de desenvolvimento tecnológico da Embraco. De quebra, o programa ainda garante mão de obra altamente treinada. Por ele passou metade da equipe de engenheiros da Embraco, incluindo o atual presidente e três dos seis vice-presidentes.

Apesar do interesse estrangeiro no setor de petróleo e gás brasileiro, a Petrobras continua sendo a principal fonte de financiamento de P&D no país. A estatal projeta injetar nada menos do que R$ 1,4 bilhão em parcerias com universidades e centros de pesquisas entre 2011 e 2014. O dinheiro tem como destino uma rede de mais de 70 laboratórios, que trabalha para resolver gargalos tecnológicos do país.

O modelo de financiamento privado de pesquisa de ponta não beneficia apenas as grandes universidades públicas do país. Para alavancar a sua área de pesquisa e inovação, até então incipiente, a PUC-RS trilhou um caminho pioneiro ao criar um parque tecnológico, batizado de Tecnopuc, dentro do campus da instituição, em Porto Alegre, em 2003.

Hoje, ele abriga 5,3 mil profissionais e 82 empresas, entre elas Dell, HP e Microsoft. Todas têm que ter ao menos um projeto de pesquisa em parceria com a universidade – existem em torno de 150 em andamento hoje. Em junho do ano passado, a PUC-RS inaugurou o Instituto do Cérebro (InsCer/RS), um dos mais modernos centros destinados ao tratamento e diagnóstico de doenças neurodegenerativas e lesões cerebrais da América Latina. O projeto de R$ 35 milhões foi um dos motivos que levaram o núcleo de P&D em Saúde da Totvs, baseado em Porto Alegre, a se instalar no Tecnopuc.

(Com informações da Folha de S. Paulo)

Fonte: ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa e Desenvol

mais notícias

© 2010, Universidade Federal do Piauí - UFPI   Campus Universitário Ministro Petrônio Portella - Bairro Ininga - Teresina - PI
Coordenadoria de Comunicação Social, 3215-5525, comunicacao@ufpi.edu.br
CEP: 64049-550 - Todos os direitos reservados.