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Apostas no futuro: Pfizer reforça pesquisas contra o câncer

07/09/2008 12:38
Com a patente de seu carro-chefe, o Lipitor, perto de expirar, laboratório investe no desenvolvimento de novas drogas. Parte do trabalho é realizado em 37 centros de pesquisas no Brasil.
A americana Pfizer, a maior farmacêutica do mundo, está desenvolvendo uma nova geração de medicamentos à base de biotecnologia contra o câncer que poderá ajudá-la a compensar a queda de receita do Lipitor, o remédio mais vendido no mundo em todos os tempos.
O laboratório realiza 212 trabalhos na área de oncologia e já possui 21 moléculas para o tratamento de vários tipos de cânceres que estão em fase de estudos clínicos. Deste total, cinco das moléculas estão sendo estudadas no Brasil envolvendo 37 centros de pesquisas. A Pfizer investe 22% do seu orçamento com pesquisas na área oncológica, ou seja, US$ 1,6 bilhão.
O laboratório avalia que os pilares do crescimento para compensar a perda de receita do Lipitor buscam aumentar o lançamento de drogas de inovação. "Mas a oncologia é um dos focos principais da companhia", destaca o diretor da unidade de negócios hospitalar, oncologia e hormônios da Pfizer no Brasil, Glauco Marcondes.
A área de oncologia passou a receber uma atenção especial da Pfizer. A gigante farmacêutica criou uma unidade dedicada para cuidar do negócio em termos globais, o que levou a formação da unidade brasileira que emprega cerca de 25 pessoas.
A primeira droga de oncologia desta nova geração chegou ao mercado em 2006. O Sutent, um medicamento biotecnológico para o tratamento de câncer de rim e tumores gastrointestinal, inibe uma enzima, impedindo o crescimento de vasos sanguíneos que alimentam o tumor e atacando as células afetadas evitando a proliferação da doença. A empresa pesquisa a possibilidade de que o medicamento também seja indicado para o tratamento de câncer de mama.
Em 2007, a droga vendeu US$ 581 milhões em todo o mundo, uma alta de 166%. No Brasil, as vendas, cujos valores não são revelados pela subsidiária da Pfizer, subiram 141% em unidades de janeiro a agosto e 177% em faturamento no mesmo período. "Antes de ser lançado, havia pouca opção terapêutica para câncer de rim", disse Marcondes. O medicamento já faz parte da lista dos 10 produtos mais vendidos pela empresa no Brasil.
As vendas do Sutent não fazem parte da cobertura pública, sendo comercializadas basicamente no canal privado e custeadas principalmente pelos planos de saúde. "A Pfizer está aberta para conversar com o governo sobre a possibilidade de incluir o medicamento no tratamento do sistema público", disse Marcondes.
O Lipitor, a droga mais vendida pela Pfizer no Brasil e no mundo, um redutor de colesterol, com mais de US$ 10 bilhões em receita por ano, é considerado um dos grandes fenômenos da história da indústria farmacêutica. A patente, porém, deve expirar em 2011, quando se espera o ingresso de versões genéricas com preços mais baixos no mercado, pressionando as vendas da companhia americana.

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