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NESP REALIZA I SEMINÁRIO PIAUIENSE DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

NESP REALIZA I SEMINÁRIO PIAUIENSE DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

16/04/2013 05:59

 

O “I Seminário Piauiense de Educação Popular em Saúde e XIII Seminário de Formação em Saúde da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade: Saúde Comunitária e Educação Popular” foi realizado com êxito nos dias 12 e 13 de abril de 2013, no Auditório do Centro de Tecnologia do Campus da Ininga da UFPI - Universidade Federal do Piauí.

O evento foi uma promoção do Núcleo de Estudos em Saúde Pública – NESP/UFPI, Grupo de Estudos em Saúde Pública _GESP/UFPI e Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade – UESPI (Universidade Estadual do Piauí).

Estudantes, professores, profissionais de saúde, gestores, educadores populares, agentes comunitários de saúde, movimentos sociais, membros de Associações de Moradores, Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, além de outros atores envolvidos refletiram e discutiram a temática da educação popular em saúde nos seus contextos atuais.

A Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) foi pauta das discussões e reflexões deste coletivo, que a partir da problematização da realidade vivenciada na saúde por estes atores sociais partiu da questão: Como a arte, a cultura e as práticas populares podem exercer sua potência no campo da saúde e qualidade de vida?

Construindo um processo de trabalho democrático e participativo a PNEPS foi apresentada pelo Odontólogo Reginaldo Chagas, coordenador-geral de Apoio à Educação Popular e Mobilização Social, da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde, compreendendo a formulação dessa política enquanto processo vivo.

A Política, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) durante a 235º reunião ordinária em 2012, tem por objetivo colocar as práticas populares em saúde em um plano mais amplo, de forma democrática e com participação social. O documento foi elaborado pela equipe do Departamento de Apoio à Gestão Participativa (DAGEP) do Ministério da Saúde e contou com a colaboração de representantes de vários setores ligados aos movimentos sociais. O Comitê Nacional de Elaboração da PNEPS tem como coordenador o Prof. Dr. José Ivo dos Santos Pedrosa, docente do Curso de Medicina da UFPI/gerente do NESP/UFPI.

Para falar sobre a trajetória da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (ANEPS), o evento contou com a participação de Simone Maria Leite Batista, enfermeira sanitarista do Movimento Popular de Saúde (MOPS), Rede de Educação Popular e Saúde, ANEPS, ANEPOP, GT de Educação Popular e Saúde da Abrasco - Aracaju/Sergipe.

A articulista Simone Leite evidenciou a importância da ANEPS na construção da PNEPS e ressaltou a participação dos coletivos: Rede de Educação Popular em Saúde; Articulação Nacional de Extensão Popular em Saúde; Grupo de Trabalho de Educação Popular e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva; Movimento Popular de Saúde; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra; Movimento das Pessoas Atingidas pela Hanseníase e Central de Movimentos Populares. Ressaltou ainda a participação de algumas universidades brasileiras, em especial os movimentos estudantis, atores dos movimentos sociais e educadores populares nos diversos caminhos percorridos que fazem parte da trajetória de conquista das bases para a implementação da política de educação popular em saúde.

A coexistência de linguagens artísticas da “Cenopoesia” possibilitou a síntese manifestada na teatralidade da poesia, da música, do vídeo e demais manifestações artísticas do evento.   O cenopoeta, multiartista e ativista cultural Ray Lima estabeleceu diálogo e interação com arte e educação.

O grupo de teatro de Agentes Comunitários de Saúde de Parnaíba (PI) mostrou a valorização de práticas e saberes relativos ao processo de construção teatral nos cenários e figurinos apresentados, na execução musical, na escrita da dramaturgia popular baseada no trabalho dos próprios atores e contextualizados na educação em saúde. O espírito de grupo demonstrou, ainda, o sentido de cooperação como condição importante para um trabalhador de saúde inserido em uma equipe multidisciplinar.

Entre braços, abraços, harmonia e sentidos a Professora (UFPI) Maria Ismênia Reis Pereira, Mestre em Letras realizou uma prática de “Biodança” com os participantes, que se beneficiaram do aprender a aprender dessa terapêutica psicoeducacional, vivenciada como sistema de integração humana, de renovação orgânica, de reeducação afetiva e de reaprendizagem das funções originárias da vida.

O ensino, a extensão e a pesquisa associada aos serviços de saúde na atenção primária e práticas populares de saúde foram ressaltados nas práticas de cuidados. No campo da saúde a característica de práxis da Educação Popular, no sentido da ação-reflexão-ação, coloca-a como estratégia singular para os processos que buscam o cuidado, a formação, produção de conhecimentos, a intersetorialidade e a democratização do SUS.

O tema: “Educação como prática de liberdade: teorias e metodologias em Educação Popular em Saúde” foi ministrado pelo Professor José Ivo Pedrosa. As discussões convergiram para os ensinamentos do educador Paulo Freire quando diz que é a partir da realidade local, contexto concreto/vivido que se pode chegar ao contexto teórico, o que requer curiosidade, problematização, criatividade; o diálogo, a vivência da práxis e o protagonismo dos sujeitos na busca da transformação social.

Sua fala fortaleceu o sentido da coletividade na perspectiva de uma sociedade justa e democrática onde as pessoas e grupos, sejam protagonistas por meio da reflexão, o diálogo, a expressão da amorosidade, a criatividade e autonomia, afirmando que a libertação somente acontece na relação com o outro. Na perspectiva da educação popular recomenda a produção de novos conhecimentos e a sistematização de saberes com diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, produzindo ações comunicativas, conhecimentos e estratégias para o enfrentamento dos desafios ainda presentes no SUS.

Sobre o Seminário, José Ivo destacou que “foi reconfortante ver a juventude discutir e participar à tarde da roda com os movimentos sociais e a gestão na direção da promoção da equidade. É preciso agir agora, nesse momento de nossas vidas, falou um estudante. É preciso estar presente sempre para ter visibilidade, falou a representante LGBT e todos nós saímos com a sensação de que equidade é compartilhamento, luta, é mudança na formação e nos serviços. E é agora!”

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