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Pesquisa realizada na UFPI visa documentar a flora do cerrado piauiense

Pesquisa realizada na UFPI visa documentar a flora do cerrado piauiense

22/09/2015 10:17

O Cerrado é um ecossistema dinâmico, com processos ecológicos próprios e variados. Ele constitui 23,7% do território brasileiro e conta com uma flora estimada em 10.000 espécies vegetais. Preocupada com a conservação destas plantas que ocorrem em 47,3% da área do estado do Piauí, a Profa. Dra. Mariana Helena Chaves, Coordenadora do Laboratório de Produtos Naturais (LPN), em parceria com o Laboratório de Pesquisa em Neuroquímica Experimental e BIOTEN da Universidade Federal do Piauí (UFPI), desenvolvem um projeto que tem o propósito de coletar, identificar e/ou elucidar estruturas de substâncias de espécies vegetais no cerrado piauiense.

Documentação química e farmacológica de plantas

A documentação química e farmacológica de plantas é um assunto estudado no Programa de Pós-graduação em Química, na linha de pesquisa responsável pelo Isolamento e Determinação Estrutural de Produtos Naturais produzidos por meio do metabolismo secundário de plantas. "Este trabalho é preocupado tanto com a conservação das espécies vegetais (identificação botânica, preparação dos extratos e a caracterização química e farmacológica para saber a viabilidade desses extratos), quanto com a utilização destas espécies no tratamento de doenças, entre outras aplicabilidades química para descobrir se as espécies vegetais têm novas moléculas com potenciais de utilização médica, bioquímica, biológica e agroquímica".

Profa. Dra. Mariana Chaves

A Profa. Dra. Mariana Chaves explica que a documentação química e farmacológica das plantas é importante para que os pesquisadores tenham o conhecimento da biodiversidade em um sentido amplo, além de possibilitar a descoberta de fontes renováveis de substâncias. "A documentação farmacológica consiste em identificar as possíveis ações farmacológicas que o extrato tem. Por exemplo, testar frente a células tumorais, testar em animais, como ratos e camundongos, para saber se o extrato tem atividade farmacológica (anti-inflamatória, antinociceptiva, antiúlcera, etc.), assim sendo, esse estudo permite identificar se o estrato é promissor tanto quimicamente como farmacologicamente, para quem sabe chegar ao princípio ativo e gerar um fitoterápico ou fitofármaco, que são medicamentos naturais a partir de plantas, animais ou microorganismos".

Além de coletar novas espécies, este projeto irá incluir as espécies já encontradas nas regiões da pesquisa fazendo o resgate popular do uso de plantas para a cura de determinadas doenças. "No extrato da casca do caule e da casca do fruto oriunda da planta bacurizeiro (Platonia insignis) foi encontrado por meio de investigação de atividade citotóxica principios ativos capazes de inibir o crescimento de algumas células cancerígenas. Fazemos esse estudo juntamente com a Profa. Dra. Cláudia Pessoa da Universidade Federal do Ceará e o professor Prof. Dr. Paulo Mishel do Curso de Farmácia da UFPI. Outra planta foi o conduru (Oxandra sesiliflora) que embora não seja medicinal apresentou um potencial antileishmania e antioxidante significativo e foi interessante porque dessa planta nós conseguimos isolar três substâncias inéditas, um flavonóides e dois sesquiterpenoides".

Amostras para pesquisa 

O projeto foi aprovado com financiamento do CNPq e trata da continuidade das atividades iniciadas por meio da Rede SISBIOTA composta por pesquisadores dos laboratórios da UNESP, Instituto de Botânica, UFMG, UFC e UFPI. "Com este projeto podemos fazer intercâmbios tanto de aluno como de professores. No ano passado, por exemplo, foi realizado em Teresina um Workshop que reuniu representantes de todas essas instituições, inclusive da professora Dra. Vanderlan da Silva Bolzani, coordenadora da Rede SISBIOTA e uma das autoridades na área de produtos naturais do Brasil", explica a Profa. Dra. Mariana.

Contribuição para a comunidade acadêmica

Profa. Dra. Mariana Chaves com o Prof. Dr. Gerardo Magela Vieira Junior e alunos de iniciação científica e de pós-graduação em Química

A formação de recursos humanos na área de química de produtos naturais e ciências afins, multiplicando esses estudos para que futuramente, seja possível o alcance de resultados que possam ser economicamente aproveitados, está entre os maiores legados dos trabalhos desenvolvidos pela professora Dra. Mariana Chaves na UFPI.

"A formação de recursos humanos é muito importante, porque o curso de mestrado em Química começou em 1999 e a partir de então, orientei 19 dissertações de mestrado, 2 teses de doutorado e agora tem em andamento 3 dissertações de mestrado e 2 de doutorado, então isso é muito importante para o desenvolvimento do nosso estado".

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