O Projeto Cajuína Sociológica (DCIES - UFPI), coordenado pelo Prof. Dr. Francisco de Oliveira Barros Junior, do Departamento de Ciências Sociais, promoveu durante toda a semana a "8ª Semana Universitária do Amor de Iguais". O evento encerrou na manhã desta sexta-feira (28), com o debate: Sexualidade Não Tem Idade, do Programa Terceira Idade em Ação (PTIA - UFPI), que abordou a questão da sexualidade na terceira idade, discutindo as dúvidas e os tabus que permeiam o tema. Os convidados foram a Profa. Dra. do Departamento de Ciências Sociais, Maria Rosângela de Souza, a enfermeira e doutoranda em Políticas Públicas pela UFPI, Susane Castro, e o Mestrando no Programa de Pós-graduação de Sociologia, Rafael Machado.

Para o Prof. Francisco de Oliveira, a sexualidade é um tema historicamente deixado de lado pela sociedade. "Na 8ª Semana do Amor de Iguais procuramos desconstruir uma série de conceitos de sexualidade que foram historicamente solidificados e que precisam ser revistos. E essa atividade específica voltada ao público idoso teve como objetivo encarar o fato de que o desejo permanece ao longo da vida e o prazer é algo que deve ser valorizado nas nossas vivências cotidianas. Em um espaço educativo como a Universidade, é muito importante desvelar o terreno da sexualidade, pois tudo que diz respeito às múltiplas necessidades humanas devem ser enfrentadas e abordadas", diz.

Professora Maria Rosangela de Souza

Segundo a Professora Maria Rosangela de Souza, estudos e pesquisas mostram que os idosos podem vivenciar a sexualidade e o desejo, pois esta é permanente e não acaba com a idade e nem com a dimensão biológica advinda através do envelhecimento. "Espaços na Universidade, como o PTIA, são fundamentais para desconstruir determinados discursos, como aqueles que apontam para uma ‘assexualidade' na velhice".

Doutoranda em Políticas Públicas pela UFPI, Susane Castro

Para Suzane Castro, questões culturais e sociais acabam implicando na vivência da sexualidade na terceira idade e tirando a oportunidade das pessoas conhecerem a si próprias e enveredarem em novas experiências. "Falamos da sexualidade para um público de pessoas idosas justamente para enfatizar que esta é uma dimensão presente na vida de todas as pessoas, independentemente da idade. E é de suma importância o debate, pois é um assunto ainda revestido de preconceito".

Público assiste ao debate e esclarece dúvidas

Para a doutoranda, as dúvidas e anseios existem, mas pessoas não têm coragem de discutir o assunto. "Então nós temos essa responsabilidade, enquanto professores, pesquisadores e estudiosos, de trazer a questão da sexualidade, não só para eles, mas para qualquer geração, a fim de buscar refletir sobre o tema", conta.

Já Rafael Machado percebe o debate como sendo de grande importância social. "Promover um debate como esse permite uma troca de vivência, novas perspectivas e conhecimentos capazes de abrir novos horizontes na vida dessas pessoas", conclui.