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Pós-Graduação em Química realiza pesquisas na área de Nanotecnologia

Pós-Graduação em Química realiza pesquisas na área de Nanotecnologia

11/09/2015 11:15

 

Para falar em Nanotecnologia, a primeira coisa a fazer é mudar a escala com a qual vemos o mundo. Não se trata somente de mudar a forma como os olhos veem as coisas. Mas sim, mudar a maneira como o cérebro trabalha. Nano é uma unidade de medida que corresponde à divisão de 1 metro por 1 bilhão. Ao trabalhar nesta escala, cientistas manipulam os próprios átomos. As pesquisas desenvolvidas focam nas propriedades especiais dos materiais de tamanho nanométrico.

Professor Dr. Welter Cantanhêde da Silva

Utilizando este tipo de ciência, o Professor Dr. Welter Cantanhêde da Silva desenvolve, no Programa de Pós-Graduação em Química, novos materiais, novos produtos na escala atômica, molecular e macromolecular.

De acordo com o Prof. Dr. Welter Cantanhêde, o desenvolvimento da Nanotecnologia tem impacto na competitividade de vários setores da economia. "A Nanotecnologia faz parte da nossa vida, pois pode ser utilizada, por exemplo, na indústria de eletroeletrônicos, aparelhos e equipamentos de comunicações; medicina e saúde; higiene; perfumaria e cosméticos; petróleo, gás natural e petroquímica; químico; siderurgia e materiais; biocombustíveis; plásticos; meio ambiente; agroindústrias; e aeronáutico. Essas são áreas da ciência que utilizam essa associação e às vezes se formam até equipes multidisciplinares", explica.

Professor Dr. Welter Cantanhêde da Silva e Mestrando fazendo correções de artigo para publicação em Revista Científica.

No Laboratório de Automontagem Supramolecular (LAS/UFPI), os pesquisadores trabalham com complexos metálicos, nanopartículas metálicas, polímeros, biopolímeros essenciais para o desenvolvimento de compostos e sensores. "Nós desenvolvemos tanto compostos híbridos, que são utilizados em solução ou sobre um suporte sólido; desenvolvemos filmes finos. Cada um desses materiais tem a sua aplicação que pode ser tanto para o desenvolvimento de sensores quanto para biossensores, que oferecem uma resposta específica, alinhado a uma modificação genética, a uma espécie biológica, como o DNA ou outros tipos de sensores. Como trabalhamos com biossensores há bastante tempo, temos a cautela de aplicá-los e estamos fazendo agora diversos sistemas, dentre eles estão os sistemas de combate a leishmanioses. Ela é uma doença presente em países subdesenvolvidos, que pode ser acometida a doenças negligenciadas. Esse trabalho só pode ser desenvolvido porque temos uma equipe multidisciplinar, destaca", afirma o professor.

Logomarca do LAS

Uma das características marcantes da Nanotecnologia é sua convergência científico-tecnológica, onde química, física, engenharia e biologia interagem possibilitando diferentes oportunidades ricas de relevantes problemas científicos e chances de geração de novas tecnologias.

O pesquisador acrescenta que na UFPI já foram desenvolvidos sensores para peróxido de hidrogênio e que atualmente estão sendo desenvolvidas pesquisas para aumentar a velocidade de reação de materiais. "Agora estamos desenvolvendo materiais que podem ser aplicados para catálise, que pode ser utilizada para diversas funções: catálise enzimática, que tem a ver com processos do organismo; catálise para conversão de biodiesel, como acontece na química. Nossa tarefa, nestas pesquisas, é discutir bem, tentar utilizar produtos regionais para essa aplicação, mas até agora ainda não chegaram produtos ao mercado".

Pesquisa de mestrado na área de Nanopartículas Metálicas

"Rota verde para a síntese de nanopartículas metálicas utilizando ácido tânico: caracterização e avaliação das atividades antileishmania e citotóxica", esse é o título da dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), de autoria de Lourdes Cristina.

Banca de examinadores

A leishmaniose, doença que foi o assunto da dissertação, é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral, causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania. A forma visceral, também conhecida como calazar e febre negra, é a forma mais severa da doença. A forma cutânea é a mais comum de leishmaniose; é uma infecção de pele causada por um parasita unicelular que é transmitida pelas picadas de insetos flebótomos.

Profa. Dra. Carla Verônica, Coordenadora da PPGQ 

A Coordenadora do PPGQ, Prof. Dr. Carla Verônica, atribui o sucesso da Pós-Graduação em Química da Universidade, ao empenho dos professores que trabalharam para que o curso crescesse a cada dia. "Os professores acreditaram no curso, se empenharam, fizeram tudo o que puderam e ainda fazem, para que cada dia que passa o nosso curso melhore ainda mais e, o nosso objetivo final, é ter um curso de excelência e, é para isso que trabalhamos dia e noite", disse.

Lourdes Cristina: mestre formada pelo PPGQ/UFPI

A mestranda, Lourdes Cristina, falou do seu trabalho e da importante contribuição que está fazendo à sociedade. "Nós estamos buscando tratamento para uma doença que ainda hoje é tida como negligenciada, uma vez que ela atinge uma população carente, típica de um país em desenvolvimento como o Brasil, e essa pesquisa vai buscar uma forma mais eficaz de tratamento e acima de tudo menos custosa, em vista que hoje em dia para a leishmaniose os remédios utilizados no tratamento são muito caros, muito tóxicos, então acredito que essa pesquisa vá contribuir principalmente para a população mais carente", relatou.

Regulamentação de produtos com Nanotecnologia


Está em tramitação na Câmara o projeto PL 6741/13 que estabelece a Política Nacional de Nanotecnologia e determina que o poder público controle os riscos e impactos relacionados ao setor.

Estudantes realizando estudos no Laboratório de  Automontagem  Supramolecular  da UFPI

A proposta estabelece a responsabilidade do governo pela gestão de cadastro nacional para controle e acompanhamento de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, geração, comercialização e inserção no mercado de nanoprodutos. O banco de dados deverá conter a relação detalhada de substâncias no estado de nanopartículas produzidas, distribuídas, importadas ou exportadas pelo Brasil. "Não existe regulamentação da saúde sobre os impactos da Nanotecnologia, só sabemos dos benefícios. Mas não sabemos como será a reutilização desses materiais e é por isso que deve ser regulamentado urgentemente", acrescenta o Prof. Dr. Welter Cantanhêde.

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