A esquistossomose causa mais de 250 mil mortes por ano em todo o mundo. O Brasil tem de 6 a 8 milhões de infectados e 26 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas. Mesmo com o grande número de casos, são desenvolvidos poucos medicamentos destinados ao tratamento da doença.

O Laboratório de Pesquisa em Neuroquímica Experimental (LAPNEX) da Universidade Federal do Piauí (UFPI) tem atuado no estudo de novos produtos farmacêuticos para o tratamento da esquistossomose. Atualmente, o LAPNEX desenvolve a pesquisa "Inovação tecnológica em doenças negligenciadas: planejamento, síntese e avaliação pré-clínica de um candidato a fármaco para o tratamento da esquistossomose". O bioproduto será originado a partir de plantas medicinais da região Nordeste e por reações de semissíntese.

O estudo tem a colaboração de pesquisadores das Universidades Federais da Bahia, da Paraíba, de Pernambuco, do Ceará, da Secretaria de Saúde da Cidade de São Paulo/SP, da Faculdade Católica Rainha do Sertão e da Universidade do Sul de Bangladesh.

Segundo o Prof. Dr. Rivelilson Mendes de Freitas, diretor de pesquisa do Núcleo de Tecnologia Farmacêutica e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFPI, a motivação da pesquisa foi o aumento na busca por extratos e compostos naturais com propriedades esquistossomicidas. "Em nosso laboratório, princípios ativos naturais estão sendo usados no controle desta importante parasitose. Entre esses, compostos isolados de óleos essenciais tiveram resultados mais promissores. Esses estudos desenvolvidos em nosso laboratório resultaram nos pedidos de registros de depósito de patente junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em 2012, todos referentes à aplicação desses compostos em produtos farmacêuticos para o tratamento da esquistossomose, demonstrando que nosso grupo de pesquisa está apto ao desenvolvimento desse projeto", destacou.

Pesquisas do LAPNEX/UFPI estudam princípios ativos naturais para o controle da parasitose 

O professor acrescentou que, com a realização desse trabalho, é esperado um impacto positivo nas condições de saúde da população por meio do desenvolvimento de novos bioprodutos. "O estudo de um novo bioproduto é consonante com a situação de morbimortalidade relacionada à esquistossomose e fornecerá dados capazes de identificar sua eficácia comparada com outros compostos para aplicações médicas. Além dos resultados científicos, também é esperado com esse trabalho contribuir para o desenvolvimento de um produto tecnológico que possa ser utilizado pela sociedade, preenchendo lacunas de conhecimentos sobre o tema em estudo", finalizou.