O Congresso Latino Americano de Geoquímica Orgânica reuniu pesquisadores de todo o mundo, nos dias 02, 03, 04 e 05 de novembro, em Búzios/RJ. O evento é organizado pela Associação Latino Americana de Geoquímica e acontece a cada dois anos em um país da América Latina.

Apresentado junto com trabalhos de diversos países, a pesquisa Identification of Aryl Isoprenoids in oils from Sergipe-Alagoas Basin, Northeastern Brazil using Triple Quadrupole GC-MS-MS (Identificação de Aril isoprenóides em óleos da Bacia Sergipe-Alagoas, Nordeste do Brasil usando Triplo Quadrupolo GC-MS-MS), desenvolvida no Laboratório de Geoquímica Orgânica da Universidade Federal do Piauí (LAGO) pela estudante de mestrado Antônia Laíres Santos foi premiado como o melhor trabalho em pôster. A estudante ficou orgulhosa pelo resultado obtido em um evento reconhecido internacionalmente. "Fiquei muito feliz do nosso trabalho estar sendo reconhecido no congresso latino americano, é uma honra representar a universidade. Espero que possamos dar continuidade, obter melhores resultados e contribuir com a rede geoquímica com informações mais precisas", destacou.

O pesquisador norte americano Paul Philip avalia a apresentação do trabalho

O coordenador do Laboratório e pesquisador, Prof. Dr. Sidney Lima foi convidado para ministrar um minicurso e recebeu homenagens e premiação simbólica pela participação no evento. O professor mencionou o destaque do LAGO com pouco mais de um ano inaugurado e que tem se tornado referência no país em pesquisas na área de geoquímica orgânica. "É um primeiro passo que a gente deu nesse congresso internacional, mostrando a nossa capacidade de desenvolver trabalhos importantes na área de geoquímica orgânica. Tínhamos os maiores pesquisadores na área e a comunidade científica demonstrou interesse pelos nossos trabalhos", ressaltou.

Grandes grupos de pesquisa dos Estados Unidos e Colômbia manifestaram interesse em firmar parceira para estudos e intercâmbio de mestrandos com o LAGO. O pesquisador e professor norte americano Paul Philip, um dos nomes mais conhecidos em estudos da área, ficou impressionado com a qualidade dos trabalhos desenvolvidos e propôs uma parceria com o LAGO para desenvolver pesquisas em geoquímica.

Os pesquisadores Kenneth E. Peters , J. Mike Moldowan e Jeremy Dahl com a pesquisadora do LAGO Antônia Laíres 

Segundo o professor Sidney Lima, o diferencial do LAGO é o investimento em novas metodologias de pesquisa. "Depois desse evento, notamos que a comunidade científica está em busca de novas metodologias para isolar os compostos que nós identificamos. Fizemos um investimento com o apoio da Petrobras em técnicas modernas de análises, algumas delas estamos tentando aplicar a petróleo, mas não é tão simples. Além disso, estamos buscando novas metodologias de análise, novos fósseis químicos (biomarcadores) que possam nos auxiliar nesse trabalho de caracterização de amostras de óleos (petróleos) e de rochas sedimentares".

A utilização e a interpretação dos resultados analíticos de geoquímica orgânica compreende uma das etapas mais importantes para o sucesso da exploração petrolífera. Nesse sentido, essas moléculas orgânicas, chamadas também de fósseis químicos, tem uma importância num trabalho de prospecção muito grande e a Petrobras usa esses compostos rotineiramente para avaliar processos de biodegradação, maturação e paleoambiente deposicional.

Além do trabalho premiado, o LAGO também apresentou o trabalho Analysis of bicyclic and tricyclic acids biomomarkers in Basin Potiguar - Brazil Oils by ESI and APCI-MS-TOF (Análise de biomarcadores ácidos bicíclicos e tricíclicos em óleos da Bacia Potiguar - Brasil por ESI e APCI-MS-TOF). Outro trabalho premiado no evento foi de uma egressa do mestrado em Química da UFPI, a professora Georgiana Feitosa, que foi orientada pelo professor José Arimatéia Dantas Lopes. Atualmente, ela é professora na Universidade Estadual Norte Fluminense - RJ.

Os pesquisadores do LAGO foram convidados para participarem do International Meeting on Organic Geochemistry (IMOG), que será realizado em Praga, República Tcheca, em 2015. O evento é um dos mais importantes da área e reúne pesquisadores de diversos países.

O professor Sidney Lima e Ramsés Capilla, gestor da Rede Geoquímica

Igor Viegas (interlocutor técnico), Sidney Lima (coordenador do LAGO), Antônia Laíres (mestranda UFPI) e Mário Duncan (gestor da Rede de Geoquímica)

O LAGO

Inaugurado há pouco mais de um ano, o Laboratório de Geoquímica Orgânica da Universidade Federal do Piauí (LAGO) tem investido em pesquisas para avaliar o potencial de geração de hidrocarbonetos (petróleo) a partir de rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba e na síntese de biomarcadores, para comprovação de novas estruturas que auxiliam na caracterização dessas amostras. Outras pesquisas desenvolvidas pelo LAGO são feitas a partir de extratos de plantas medicinais e óleos essenciais. Além disso, os estudos têm contribuído com novas informações para as pesquisas da área.

O LAGO tem parceria com a Petrobras, UFPA, UFRGS e integra a Rede Geoquímica