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Internacionalização acadêmica da UFPI cresce nos últimos anos

Internacionalização acadêmica da UFPI cresce nos últimos anos

21/05/2014 17:30

Desde 2007, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) vem ampliando a sua estrutura de internacionalização na educação e investindo em parcerias com instituições estrangeiras de ensino. Mais de 600 alunos e professores da UFPI já participaram de algum tipo de programa de intercâmbio acadêmico, só pelo Ciência sem Fronteiras, no ano de 2014, cerca de 280 estudantes participaram do projeto.

Vantagens como mudança de vida com crescimento acadêmico e profissional são algumas das vantagens de se realizar intercâmbios como esses. A professora do Departamento de Letras da UFPI, Drª. Érica Fontes, aponta que as diferentes realidades culturais contribuem não só para o crescimento intelectual mas da própria produção de conhecimento da universidade. "Por meio do intercâmbio, observamos que outras formas de vida são possíveis e aprendemos a conviver melhor com as diferenças. Isso porque adquirimos mais conhecimento", afirma.

Responsável pela Assessoria Internacional da UFPI até abril desse ano, a Prof.ª Érica Fontes destaca ainda o rápido crescimento do número de bolsas de diferentes programas de intercâmbios na UFPI. "No início, tínhamos o programa de bolsas com o Santander somente para Portugal. Esse convênio foi ampliado com a ofertas para o México. Hoje, a UFPI conta com convênios diferentes, como: Erasmus Mundus, BRAMEX, Programa de Estudantes-Convênio de Graduação, Ciência sem Fronteiras, Bolsas de Estudo Íbero-Americanas Santander", disse a assessora.

A UFPI já realizou convênios com diferentes programas em países como: Canadá, Bélgica, EUA, México, Espanha, Portugal, Argentina, Alemanha, Japão, China, Irlanda, Inglaterra, Hungria, Coreia do Sul, Itália, Austrália e França.

Países com alunos da UFPI

Programas de intercâmbios conveniados com a UFPI:

Erasmus Mundus (EM)

É um programa de mobilidade criado e financiado pela União Européia (UE). As atividades do programa têm como objetivo promover a excelência da educação superior e pesquisa dos países europeus e ao mesmo tempo reforçar os laços acadêmicos com países de todo o mundo. Oferece bolsas de estudos integrais para os cursos de mestrado e doutorado e também oferece oportunidades para professores e instituições de educação superior.

"No segundo semestre de 2013, a UFPI foi aprovada na participação no consórcio AMIDILA do ERASMUS MUNDUS. É a única universidade brasileira nesse consórcio, que está sob a coordenação da Universidade de Bologna, na Itália", explicou Érica Fontes.

Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G)

Oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais. Desenvolvido pelos ministérios das Relações Exteriores e da Educação, em parceria com universidades públicas - federais e estaduais - e particulares, o PEC-G seleciona estrangeiros, entre 18 e preferencialmente até 23 anos, com ensino médio completo, para realizar estudos de graduação no país.

"É muito prazeroso conviver com os meninos do PEC-G que têm muito a nos ensinar, ao falar de seus países e de suas experiências de vida", afirmou Érica Fontes.

Natural da Republica Democrática do Congo, Patrick Masoka Kapita cursa o 7º período de Engenharia Civil na UFPI e fala sobre a sua vivência como intercambista: "É uma experiência enriquecedora porque estou em um país tem uma cultura completamente diferente da minha. Estou aprendendo muito, o Brasil me ensina como pessoa e estudante. No ponto de vista de educação, o Brasil está me dando uma oportunidade de estudar engenharia numa universidade federal para voltar ao meu país e poder ajudar no seu desenvolvimento".

Patrick Kapita, Natural da Republica Democrática do Congo e aluno de Engenharia Civil da UFPI

Programa de Intercâmbio de Estudantes Brasil - México (BRAMEX)

O programa de "Intercambio de Estudantes Brasil-México (BRAMEX)" é fruto do Acordo de Cooperação Acadêmica e Cultural firmado entre a Associação Nacional de Universidades e Instituições de Educação Superior da República Mexicana (ANUIES) e o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB).

O intercâmbio é de nível acadêmico para estudantes de cursos de graduação e licenciatura, com duração de um semestre. A seleção é realizada semestralmente pela universidade de origem, nas condições de cada edital.

O BRAMEX oferece alimentação e hospedagem a alunos brasileiros e mexicanos. Por meio desse convênio, a UFPI recebeu recentemente uma aluna da Universidad de Hidalgo, no México, e já enviou uma aluna para a Universidade de Cancún.

Ciência sem Fronteiras (CsF)

É um dos programas de maior visibilidade no momento, que oferece intercâmbio aos alunos de graduação e pós-graduação. O CsF busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.

O Ciência sem Fronteiras ampliou significativamente a oportunidade de bolsas no intuito de capacitar o aluno para o processo de seleção. A Administração Superior da UFPI tem investido em ações como reuniões, palestras e inclusão da instituição no Programa Inglês sem Fronteiras (IsF), que oferece curso gratuito aos alunos de graduação interessados em participar do CsF. Além disso, os testes de proficiência são realizados na própria instituição, o que proporciona uma maior participação dos alunos, ao evitar um custo adicional para o candidato com o deslocamento para outros estados.

Além da língua, outros desafios é conviver com culturas diferentes e a distância da família. "A diversidade cultural é muito grande. Aqui, tenho amigos do Japão, China, Coréia, Azerbajão, cada um com sua cultura, mas nos relacionamos com muito respeito. Também é complicado estar longe de familiares e amigos, principalmente em datas comemorativas, como natal e meu aniversário, que está chegando. Mas enfim, são desafios que a gente precisa ter para crescer na vida", relata o aluno de Farmácia do 5º período na UFPI, Mário Resende, que está na Universidade de Toronto no Canadá.
A coordenadora institucional do CsF na UFPI, Prof.ª Dr.ª Regina Ferraz Mendes ressalta que para inscrição no Programa Ciência sem Fronteiras é exigido que o candidato obtenha no mínimo 600 pontos no ENEM. Além disso, o candidato deve estar atento ao seu Índice de Rendimento Acadêmico (IRA), pois tendo prioridade aquele que já recebeu prêmios acadêmicos e de mérito, (tais como em olimpíadas de química, matemática etc) e já participou de Projetos de Iniciação Científica, Jovens Talentos para a Ciência, entre outras atividades extra curriculares.

Regina Ferraz acrescenta que "em relação ao aspecto acadêmico das instituições estrangeiras, destacam-se a excelência do ensino, infraestrutura das universidades receptoras e metodologia de ensino diferente da executada na UFPI. Os relatos sobre a metodologia ressaltam que a carga horária na sala de aula (em especial aulas teóricas) é muito menor que a executada na UFPI, sendo que o aluno é estimulado a aprender por meio de pesquisa, leituras e experiências práticas."

A diferença metodológica citada por Regina Ferraz, pode ser comprovada no depoimento de Lissa Araujo, estudante do 7º período de Engenharia Civil, que há sete meses está em Washington, DC, capital dos EUA, onde realiza intercâmbio acadêmico na The Catholic University of America. "Aqui o aluno está sempre ocupado com trabalhos e tarefas, mas tendo pouco tempo em classe (entre 2h e 3h por semana). Estou cursando matérias que me dão ampla visão do mercado, dos métodos de construção e das diversas aplicações do meu curso. A teoria e a prática são extremamente próximas, o curso é bem mais seco, com matérias muito especificas. Temos cerca de 5 visitas técnicas por semestre, sem comentar na própria arquitetura da cidade e de outras grandes cidades americanas, que são exaustivamente citadas em classe".

Lissa Araujo, estudante de Engenharia Civil da UFPI ,realiza intercâmbio em Washington (EUA)

A Coordenação Institucional do Programa CsF na UFPI tem se esforçado para que a análise das atividades realizadas no exterior seja feita cuidadosamente, aproveitando-as de alguma forma como: dispensa de disciplina obrigatória ou optativa, estágio ou atividade complementar.

Além da determinação, outro quesito que pesa são os custos financeiros. O CsF disponibiliza aos alunos selecionados benefícios que auxiliam nas despesas. "A partir do momento que você embarca, o Ciências sem Fronteiras assume todas as suas despesas: passagem, auxilio instalação, material escolar, pagando também seu dormitório, refeições e uma quantia mensal para se manter", explica Lissa.

Sentindo-se recompensada pelo esforço e dedicação em conquistar uma bolsa de estudos, Lissa Araujo diz que "apesar do processo de seleção exigir muita paciência, eu não poderia estar mais feliz com a decisão que tomei. Além do indiscutível impulso que dei a minha formação universitária - ampliando meus horizontes, melhorando meu inglês e entrando em contato direto com a prática do meu curso - viver em outro país representa outro nível de independência. E estar em uma cidade com tantas oportunidades completa você".
Ir à outros países significa também ter uma adaptação ao clima, pois diferente de Teresina, em Toronto Mário enfrentou temperaturas de -40°C. " Quanto ao clima, é muito diferente. Cheguei a pegar -40°C, o oposto do Piauí. Claro que tudo aqui é feito para adaptação: roupas, cobertores, climatização de ambientes. Não trocaria o calor do Piauí por essa neve, que é legal no primeiro momento".

Como todos os intercambistas do CsF, Mário otimiza a sua formação profissional, por meio da experiência e oportunidades oferecidas em uma universidade de referencia mundial na sua área. "Assisti uma palestra com farmacêuticos e percebi que há procedimentos que eles fazem aqui e que no Brasil ainda não é feito. Quem sabe eu possa levar técnicas inovadoras para o meu país e contribuir para o crescimento da profissão".

Mário Resende, aluno de Farmácia da UFPI em Toronto, Canadá

Bolsas de Estudo Íbero-Américanas Santander para Estudantes de Graduação, Jovens Professores e Pesquisadores

Promove o intercâmbio acadêmico anual de estudantes, cientistas e professores, preferivelmente com menos de 35 anos de idade e que estejam contratados ou nomeados para seus cargos durante o período de vigência das bolsas de estudo.

Até 2015, o programa concederá 3.000 bolsas de estudo de 5.000 euros para estágios de pelo menos dois meses em uma das universidades participantes de nove países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Portugal, Porto Rico e Uruguai.

Aluno do 6º período de Comunicação Social da UFPI, Victor Ribeiro Lages, conseguiu realizar intercâmbio em Portugal com bolsa do Programa Íbero-Américanas do Santander em 2013. Durante seis meses, o estudante teve oportunidade de estudar novas disciplinas e ainda conhecer outros países da Europa. "Durante a minha estadia na Universidade de Coimbra, optei por estudar disciplinas não ofertadas na grade curricular de Jornalismo da UFPI, como: crítica de cinema, estudos de imagem, obras de arte e estudos de opinião pública. Para mim, a experiência foi uma maravilha acadêmica e cultural. Acredito que estudantes ou não, devem passar por essa experiência, pois é um processo de autodescoberta", relata o estudante que antes de ingressar na UFPI já pensava em realizar intercâmbio.

Victor Lages, graduando de Comunicação Social da UFPI, em Portugal

Para o aluno que deseja realizar intercâmbio, Érica Fontes recomenda "investir em ter um bom Índice de Rendimento Acadêmico (IRA), para poder efetuar inscrição. É importante começar desde antes da universidade a estudar um idioma estrangeiro. Hoje há até cursos gratuitos na Internet. O aluno pode começar por aí também".

"Quando voltar para o Brasil, espero que tudo o que estou aprendendo possa ser aplicado na minha vida profissional. Agora, sei que é possível com o meu futuro diploma traçar e trabalhar minhas perspectivas com mais segurança e aspiração, a fim de ser uma engenheira muito melhor, dessa forma, recompensar ao meu país o investimento que ele está fazendo em mim", diz Lissa Araujo.

"Tudo está sendo um grande desafio. Mas é bem legal viver novas experiências. Se eu pudesse dar algum conselho para alguém que está pensando em participar do CsF, eu diria que é uma oportunidade incrível de crescer na vida, não só profissionalmente, mas também como pessoa. Tem que ter em mente que há dificuldades, mas que não é impossível", completou Mário Resende.

 

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