Atenção à saúde da comunidade piauiense. Essa é a ideia que norteia a formação do profissional graduado em Enfermagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). O curso, ofertado pela primeira vez no Estado há 40 anos, atualmente conta com 348 alunos matriculados, que ingressarão no mercado aptos a desenvolver atividades relacionadas a recuperação da saúde, prevenção de doenças e reabilitação do indivíduo.

Estação de Simulação Avançada

Além da graduação, o Departamento de Enfermagem (DEPENF) oferece o Programa de Pós-graduação, com o Mestrado desde 2007 e acaba de aprovar o Doutorado em Enfermagem, único do Piauí. "Formar profissionais comprometidos em contribuir para a melhoria da saúde da comunidade piauiense é um desafio que a UFPI assumiu. Comemoramos hoje o resultado de esforços e investimentos, coroado com a aprovação do Doutorado em Enfermagem", afirmou o Reitor da UFPI, Prof. Dr. José Arimatéia Lopes.

Estação de Simulação Avançada 

O Curso de Enfermagem - Bacharelado - do Campus Ministro Petrônio Portella (Teresina) da UFPI conta com corpo docente formado por 14 professores com título de doutor e 31 mestres, dos quais 07 são doutorandos em Convênios da UFPI com outras Instituições de Ensino Superior - IES.

Laboratório de Práticas Clínicas em Enfermagem e Saúde

Chefe do setor de Gestão, Pesquisa e Inovação Tecnológica do HU, primeira coordenadora do Mestrado em Enfermagem da UFPI e editora-chefe da publicação acadêmica Reufpi, a Prof.ª Dr.ª Claudete Monteiro, pontua conquistas alcançadas no ensino de Enfermagem na Universidade em seus 40 anos de história. "O Curso de Enfermagem da UFPI adquiriu espaço próprio no Centro de Ciências da Saúde e, a ser entregue em janeiro, teremos um espaço espetacular para a Pós-graduação em Enfermagem. A década de 2000 foi promissora para o curso, que recebeu maior visibilidade após a chegada do Mestrado e cuja revista foi classificada novamente com conceito 4 pela CAPES".

O Piauí é um estado que se configura como polo de saúde na região Meio Norte. Neste sentido, Claudete Monteiro acrescenta que "o Curso de Enfermagem da UFPI oferece grande contribuição para a assistência social e a atenção à saúde da comunidade piauiense por meio de projetos de extensão que viabilizam a interação entre os estudantes e a sociedade". Paralelamente, diz ela, "a formação oferece aos alunos egressos base sólida para a participação em concursos e a atuação no mercado de trabalho".

Egressa da terceira turma de Enfermagem da UFPI, a Prof.ª Dr.ª Benevina Maria Vilar Teixeira Nunes responde atualmente pela Coordenação do Curso e comenta o contexto de criação dessa graduação no Piauí, entre os anos de 1973 e 1974. "No período de criação do curso, se vivia em um ambiente de cerceamento da liberdade, na época da ditadura. Na minha época de aluna, não se imprimia o senso crítico como hoje temos na graduação. O ensino era puramente técnico. A realidade em que o curso foi formado foi dentro da conjuntura da década de 70. Hoje, é uma realidade totalmente diferente. As novas legislações e o SUS trouxeram outra perspectiva tanto para o ensino como a assistência na área da saúde", coloca.

Por mais de 20 anos, durante as décadas de 70, 80 e meados de 90, o Curso de Enfermagem da UFPI era único no Estado. Hoje, profissionais que ocupam funções de destaque no Piauí são, em sua maioria, oriundos do Curso.

"A educação tem que acompanhar os movimentos sociais. A criação do Sistema Único de Saúde redirecionou também o ensino porque houve uma quebra de paradigma na saúde: a forma como se pensava a internação, por exemplo, mudou totalmente. Criou-se políticas de atenção básica, como o Programa saúde da Família (PSF), e o ensino tem que se readequar a essas realidades para poder formação cidadãos para atender o mercado de trabalho. No início de 2000, o governo começa a criar mecanismos legais de aproximação da prática ao ensino", acrescenta Benevina.

De acordo com a chefe do Departamento de Enfermagem da UFPI, Prof.ª Dr.ª Maria do Livramento Lopes, "o projeto pedagógico do curso de Enfermagem é atual, inovador, acompanha as mudanças do SUS". Segundo ela, o ensino, a pesquisa e a extensão se harmonizam para garantir a formação humanística e profissional do aluno. "O nosso incentivo à pesquisa está cada vez mais precoce, por meio da Iniciação Científica (PIBIC, ICV) e do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF). Isso tudo tem estimulado bastante o nosso aluno a ter uma visão mais crítica, de um pesquisador. Percebemos que a grande maioria dos alunos egressos, quando participam de concursos, seleção de mestrado ou doutorado ingressam com facilidade porque eles já saem com essa formação consolidada em relação à pesquisa", afirma Livramento.

Ela acrescenta que "as conquistas do curso têm raízes em muito trabalho, determinação, competência". "Não é fácil chegar a tudo o que conquistamos em pouco tempo", pontua.