A Universidade Federal do Piauí entrou de vez no apoio ao esporte de alto nível. Nas últimas olimpíadas o Brasil ficou na 22ª colocação no ranking das nações olímpicas. Será isso bom ou ruim? Apesar de uma das três medalhas de ouro ganhas pelo Brasil, ser da piauiense Sarah Menezes, o Brasil ainda não é do tamanho que deveria ser, o esporte olímpico de rendimento não é praticado em todo território nacional. Muitos são os estados que não possuem arenas oficiais para a prática do esporte de rendimento.

O Piauí ainda não tem uma arena de esportes equipada e funcionando, e muitos dos 41 esportes olímpicos não são nem conhecidos pelos nossos adolescentes. A maioria dos colégios sequer tem espaços físicos adequados à prática esportiva, e, muito menos, professores qualificados e, consequentemente, não investem em parques esportivos. Os clubes estão com as escolinhas de esportes desativadas e a maiorias das Federações funcionam no porta-malas do carro de seus presidentes. Os Conselhos Estadual e Municipal de Esporte, se existem, estão escondidos. Não se faz esporte sem competições e as competições esportivas com os esportes olímpicos não são organizadas de forma sistemática, jogos escolares não tem calendário fixo.

Faltam professores? Falta decisão política? Falta interesse? Não podemos esperar por retóricas, temos que agir. O Piauí precisa urgentemente de gerenciamento esportivo.

Sabendo disso, a UFPI entra para ajudar a mudar esse cenário piauiense e contribuir para o ingresso do Brasil no seleto grupo das potências olímpicas.

Não se faz esporte sem estrutura e nada adianta estrutura sem pessoal técnico qualificado. O curso de Educação Física da UFPI está se preparando para formar professores e técnicos para mudar esse quadro.

Gestão esportiva, treinamento em esportes até então desconhecidos do grande público serão incluídos na formação dos futuros técnicos e professores de Educação Física da iniciação desportiva nas escolas ao esporte de alto rendimento. O Atletismo, o Rúgbi Seven, o Badminton, o Judô, o Triátlon, o Pentatlo, o Tiro com Arco (arco e flecha) o Ciclismo, a Ginástica Artística e a Rítmica, somarão com os esportes mais tradicionais para constituir um currículo esportivo para incentivar a prática e formar técnicos, desenvolvendo, assim, a cultura esportiva em nosso estado e sem esquecer o desporto paralímpico.

Quadras, piscinas e espaços adequados devem ser construídos para podermos sediar jogos em alto nível. A UFPI não tem o otimismo de achar que os resultados virão logo, mas está dando um grande passo em busca deste objetivo. Isso não será por mágica, isso está acontecendo por uma gestão esportiva qualificada, por dedicação e empenho de professores abnegados e competentes, uma direção superior comprometida e aberta e um suporte político adequado.

A Universidade Federal se prepara para criar um Centro de Excelência em Esportes, além da estrutura, grandes técnicos brasileiros e estrangeiros aportarão em nosso estado para contribuir com esse objetivo. O Ministério dos Esportes sabe disso e está aberto a estas mudanças. O Piauí no próximo ano terá uma pista de Atletismo oficial, terá o maior complexo de Badminton da América Latina, terá o segundo maior laboratório de genética esportiva do país e outros programas de iniciação e treinamento desportivo acontecerá.

O Ministério dos Esportes, o Ministério da Educação, a Bancada Federal e a Universidade Federal do Piauí caminharão unidos e fortes nessa decisão.

O que o Piauí ganha com isso? O Piauí ganhará a paixão pelos esportes locais, a partir do momento que piauienses alcancem a plenitude física, técnica e tática, os resultados virão e irão inspirar a sociedade para voos mais altos, não só no esporte, mas como prova de que nossa economia, nossa cultura, talentos e nossos produtos com a técnica certa, organização e suporte específico pode ir além-mar e conquistar novas terras.

Prof. Dr. Sergio Galan
Chefe do Departamento de Educação Física da UFPI