O filme documentário "As Escravas da Mãe de Deus", dirigido pela Professora e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI, Áurea Pinheiro, e pela fotógrafa e documentarista Cássia Moura, foi selecionado e premiado na segunda edição do ETNODOC - Edital de Apoio à Produção de Documentários Etnográficos, que tem como objetivo a documentação e difusão do Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro por meio do apoio à produção de documentários inéditos para exibição em TVs públicas.

Foram inscritos no edital de 2009 706 projetos, dos quais foram premiados 16. "As Escravas da Mãe de Deus" ficou classificado em 10º lugar. O documentário foi lançado em maio deste ano no Rio de Janeiro, no Palácio do Catete, em solenidade que contou com a presença da ministra da cultura Ana de Hollanda e do presidente do IPHAN, Luiz Fernando de Almeida. Em Teresina, o filme será lançado no próximo dia 16 de junho, às 19 horas, no Cine Teatro da Universidade Federal do Piauí. A exibição oficial na TV será feita pelo Canal Brasil, no dia 21 de julho de 2011. O documentário é mais uma das atividades realizadas pelo Grupo de Pesquisa CNPq/UFPI "Memória, Ensino e Patrimônio Cultural" criado em 2007.

Áurea Pinheiro, doutora em História e líder do Grupo de Pesquisa CNPq "Memória, Ensino e Patrimônio Cultural" e sua equipe comemoraram o prêmio. A professora, além de dirigir o trabalho, realizou pesquisas para o roteiro ao lado de Cássia Moura e de Decleoma Lobato. Áurea elaborou ainda o roteiro e as entrevistas. A autoria do projeto é de Decleoma Lobato, do Amapá.

O documentário "Escravas da Mãe de Deus da Piedade" retrata a celebração em louvor a Nossa Senhora da Piedade. Foi a partir da riqueza dessa tradição que foi elaborado o projeto, utilizando-se dos recursos da etnografia e da música; são valorizados na narrativa sons, palavras, cantos, silêncios, expressões e movimentos corporais, que revelam um ritual próprio da cultura popular da região. A celebração ocorre entre os meses de junho e julho, em uma comunidade de afro-descendentes, Igarapé do Lago, Distrito de Santana, no Amapá. Os fiéis celebram e reafirmam crenças seculares, praticam rituais repletos de símbolos, sentidos e significados.

Da equipe participaram ainda Mário Platão e Paulo Rogério, como câmeras, Sérgio Matos, que fez a trilha sonora original, Mário Platão, na edição, Cássia Moura e Mário Platão fizeram a montagem e Jean Marcel ficou com a finalização do documentário piauiense.

O ETNODOC é um edital idealizado pela Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (ACAMUFEC), em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com patrocínio da Petrobras.

Os 16 documentários selecionados receberam apoio institucional e financeiro. Para concorrer ao edital os projetos obedeceram alguns requisitos, tais como estarem relacionados ao patrimônio cultural imaterial brasileiro (saberes, celebrações, formas de expressão e lugares), apresentarem abordagem etnográfica sobre o objeto da documentação, estarem situados em um contexto sociocultural ou tratarem sobre pessoas e grupos sociais a ele relacionados, além de ter obedecerem a duração de 26 minutos.

Fapepi