O Cine Teatro da Universidade Federal do Piauí recebeu, na noite desta sexta-feira (12), o último dia do projeto Dança no Palco da UFPI, que teve início na quarta-feira, 10 de novembro. O objetivo do evento é colocar a arte como um mecanismo de inclusão social, através da apresentação de vários espetáculos com bailarinos renomados.

Durante a última noite foi apresentado o espetáculo Mosaico, da Cia Luzia Amélia, e, logo em seguida, deu-se início a uma mesa redonda para discutir a urgência da criação do curso de dança na UFPI.

Além da organizadora do evento, Profª Zozilena Fróz, da Coordenação de Ação Comunitária e Cultural (CACC-UFPI), compuseram a mesa redonda: Janete Páscoa, professora de Educação Física da UFPI e pesquisadora na área de dança; Nazilene Barbosa, que atualmente dirige o Balé da Cidade de Teresina; Artenilde Silva, coordenadora do grupo de dança Afoxá, sediado no bairro Angelim; Luzia Amélia, que, além da companhia, cuida de projetos de dança desenvolvidos com crianças de bairros como Dirceu e Mocambinho; e Andréia Barreto, que também faz parte da Cia Luzia Amélia, atuando há 10 anos como professora e pesquisadora de dança.

Para Luzia Amélia, formada em Artes Visuais pela UFPI e, atualmente, mestranda em dança pela Universidade Federal da Bahia, "a dança piauiense, em especial a teresinense, tem uma demanda muito grande, independente do segmento. E independente do segmento, também, a falta de investimento é a mesma". Nazilene Barbosa concorda que há um certo menosprezo pela dança. "Essa é uma questão cultural, por isso é fundamental a criação do curso", completa.

Zozilena mostrou-se bastante preocupada com o fato de a arte, inclusive a dança, ser exercida por outras pessoas que não são formadas na área. Para ela, a criação do curso de dança na UFPI é fundamental para a mudança dessa realidade. "É importante a gente aproveitar a sensibilidade do reitor Júnior, que inclusive nos deu a oportunidade de fazer o curso de moda, para agora fazermos o curso de dança", explica.

A professora Janete disse que a maioria das pessoas que trabalham com dança vêm da área de Educação Artística. Artenilde Silva chegou mesmo a relatar o seu caso como exemplo: "Quando fui fazer vestibular fiquei em dúvida entre Educação Física e Educação Artística. Acabei escolhendo Educação Artística por achar que tinha mais a ver com o trabalho de dança".

Além da questão do perfil profissional para o curso, durante o evento foi apontado ainda o papel da dança como instrumento de educação e qualidade de vida "A dança na escola é urgente e emergente. É uma forma de libertar nossa sociedade dos preconceitos. Por isso acho que esse curso vem para enriquecer nossa sociedade", declarou Janete.