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Arquitetura contemporânea e subsidências foram tema desta quarta na Fecon

Arquitetura contemporânea e subsidências foram tema desta quarta na Fecon

20/10/2010 18:04

O Prof. da Escola de Engenharia de São Carlos-USP, arquiteto e urbanista Hugo Massaki Segawa foi o segundo palestrante da manhã desta quarta-feira (20), na XIV Feira e Congresso Internacional de Engenharia e Arquitetura - Fecon, que acontece no Atlantic City, em Teresina. O tema exposto foi a "Arquitetura contemporânea brasileira".

Ele disse que estar em lugares onde nunca esteve é uma experiência extraordinária. Segawa tratou da arquitetura dos últimos 15 a 20 anos no Brasil, mas obviamente no sentido muito sintético, mostrou algumas experiências em diferentes estados e em diferentes situações, desde Amazônia, Rio Grande do Sul, São Paulo, retratando como o arquiteto brasileiro tem enfrentado e respondido aos desafios mais distintos na metrópole, no campo ou no meio da selva, enfim, na variedade climática e de ecossistemas que o país apresenta.

"A dimensão e a complexidade das nossas cidades brasileiras exigem soluções diversificadas dos arquitetos urbanistas, pensando no urbano, no rural, nos materiais, nas tecnologias, nos modos que a realidade apresenta, como também em formas de intervir em ambientes que exigem menos poluição, mas também em ambientes sociais, pobreza, desigualdades, porque também esses fatores fazem parte", destacou, afirmando que a sustentabilidade é uma palavra "de momento, importante, claro, para chamar a atenção para a destruição ambiental, isso é um aspecto que devemos considerar, mas existem desigualdades de toda ordem, não apenas ambientais", complementou.

O pesquisador explicou que a preocupação dos arquitetos com o ecologicamente correto data do século XVI. "O meio ambiente sempre foi uma preocupação, claro que aprendemos com essa interdisciplinaridade da ciência e também reconhecendo que erramos. Seguramente, a questão de uso racional, do uso de recursos mais adequados deve estar na ordem, mas a preocupação é com o ambiente como um todo, assim, devemos pensar que estamos em processos de urbanização e se as metrópoles não forem adequadamente pensadas estaremos criando aglomerados monstruosos", prognosticou.

Segawa até fez uma análise sobre Teresina. "Vejo setores da verticalização para mim estranha, salvo que me parece que reproduz erros de outras metrópoles que já conhecemos, por exemplo, espaços apertados, subdimensionamento. tenho noção que a infra-estrutura da cidade é fraca, mas vejo um problema nessa verticalização. Fora isso, há prédios aqui aparentemente inadequados, ao reproduzir padrões de outros lugares, que não têm as características climáticas daqui. Acho que isso deveria ser pensado melhor", alerta o pesquisador.

O palestrante afirma que o cliente interfere nessa questão urbanística das cidades. "O interesse do cliente é considerável, se ele quer uma boa arquitetura, o arquiteto brasileiro pode responder. Quando digo o cliente, pode ser o poder público, a iniciativa privada, quem quer que seja. Se o cliente tem consciência da necessidade de qualidade arquitetônica, a nossa arquitetura será melhor".

Espaços pequenos - Para quem pensa que cada vez mais a supressão das moradias é um fator negativo, Segawa discorda. "Lugar pequeno não é sinônimo de má qualidade de vida, acho que um bairro bem planejado é a extensão da casa, não é a questão do tamanho do quarto, da sala, o lugar e o ambiente urbano é que são importantes e não se pode pensar em arquitetura sem o ambiente urbano. Hoje, fazemos condomínios fechados, onde tudo ocorre nos espaços internos. Em São Paulo, existem muitos desses, e a gente sabe que existem crianças que não sabem o que é andar de ônibus ou de metrô, são autistas em relação ao ambiente urbano. Criam-se crianças que não sabem o que é convivência e o que é vida", criticou.

"Se for verdade que o Brasil será um país em crescimento como a economia anuncia, organizar as nossas cidades é o grande desafio. Desde o servente até o engenheiro, o mestre de obra, enfim, toda essa cadeia está assoberbada, no setor da construção civil. Uma coisa é ser bom, do ponto de vista econômico, outra coisa é se esse crescimento da construção civil está lastreado em boa estrutura e em boa engenharia, sem o qual estamos investindo em coisas furadas".

Mesa redonda trata sobre a gravidade de subsidências em Teresina

A tarde desta quarta-feira (20) na XIV Feira Internacional de Engenharia e Arquitetura - Fecon foi marcada por uma mesa redonda mediada pelo geólogo e especialista em águas subterrâneas e recursos hídricos e Meio Ambiente, Antônio Reinaldo Soares Filho, com o tema "As subsidências ocorridas em Teresina-PI".

A mesa teve as palestras do geólogo, doutor em geofísica e teledecção e professor da Universidade Federal do Ceará, Raimundo Gomes Castelo Branco; arquiteta e urbanista, doutorando em Engenharia Civil pela UFPI, Nícia Leite; geólogo e presidente da Associação dos Geólogos do Piauí, José Iran Paiva Felinto e o geólogo, doutor em geociências e meio ambiente e hidrogeólogo pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, José Luiz Albuquerque Filho.

O pesquisador José Luiz Albuquerque explicou que subsidência é um fenômeno de rebaixamento do terreno da superfície do solo, que pode ser ocasionado por vários fatores, como extração de petróleo, dissolução de rochas e sais e extração de água no subterrâneo.

Um caso de subsidência que marcou na capital piauiense foi o da rua Simplício Mendes, na região central de Teresina, há uma década. José Iran Paiva disse que pelo o que se sabe nada foi feito até agora para solucionar a questão. "Em Teresina existem vários casos de subsidência, por exemplo na rua Paissandú, no bairro Pirajá, na rua Pires de Castro e um dos mais graves na rua Simplício Mendes, entre outros, e as soluções tomadas são apenas imediatas. Essa é uma questão muito séria, questão que os órgãos responsáveis devem tomar para si e resolver", ressaltou.

Luiz Albuquerque explicou ainda que em Teresina o provável motivo dessas subsidências é a extração de água no subterrâneo, na região entre os rios Poti e Parnaíba. Ele destacou ainda um dos casos mais famosos do mundo, que aconteceu no Monumento da Independência do México - Cidade do México.

Ainda na programação desta quarta-feira, acontece lançamento do livro "Documento da Arquitetura Moderna do Piauí", organizado pela arquiteta Kaki Afonso, a partir das 18h30. A feira prossegue com vasta programação científica e cultural até sexta-feira (22). Acesse a página do evento no site www.feconpi.com.br. Siga também a Fecon no Twitter: www.twitter.com/feconpi.

 

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