O professor do curso de arqueologia da UFPI, o Dr. Juan Carlos Cisneros, juntamente com paleontólogos de outras universidades, descobriu em um fóssil de réptil de 245 milhões de anos evidências de uma grave doença óssea que atingiu sua coluna vertebral no período Triássico.

O animal portador da artrite era um arcossauro primitivo, um réptil carnívoro de 4,5 m de comprimento, que viveu muito antes do surgimento dos dinossauros. Seus restos foram encontrados na região semidesértica do Karoo, na África do Sul.

Em três vértebras da região caudal do animal foi observada uma anomalia, na forma de uma grande protuberância óssea. Para poder diagnosticar melhor a doença, as vértebras foram submetidas a uma tomografia de nêutrons, uma técnica que permite visualizar com facilidade o interior de materiais de alta densidade, como é o caso dos fósseis. A tomografia de nêutrons foi realizada no reator nuclear para pesquisas da South African Nuclear Energy Corporation (Corporação Sul-Africana de Energia Nuclear, NECSA) em Pretoria, África do Sul), pelo físico Frikkie de Beer.

A análise dos exemplares e das imagens, realizada no Brasil, mostrou que o fóssil encontrava- se afetado por espondartrite (também conhecida como "espondilartrite"), ou seja, artrite da coluna vertebral. Esta constitui a evidência mais antiga de artrite num ser vivo. O caso anterior mais antigo de artrite foi documentado nas vértebras de um dinossauro do Jurássico dos EUA. A presença desta doença trouxe severas conseqüências na locomoção do animal estudado e deve ter contribuído indiretamente com a sua morte.

O estudo contendo os resultados desta pesquisa foi publicado na revista PLoS ONE, cujo conteúdo pode ser acessado livremente em: http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0013425

Para mais informações:

Prof. Dr. Juan Carlos Cisneros

Centro de Ciências da Natureza(CCN)

Universidade Federal do Piauí- Teresina, PI

e-mail: juan.cisneros@ufpi.edu.br
Tel: (0**86) 3237-2014