Os pesquisadores sempre tiveram um dilema diante de si: publicar o resultado de suas pesquisas ou ter o seu trabalho esquecido. Mesmo veiculando o conteúdo de seus estudos, não conseguiam ir além: o conhecimento estagnava e em poucas ocasiões saía do meio acadêmico. Hoje, essa realidade mudou. Em todo o Brasil, as universidades possuem o NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica), que possibilita disseminar os resultados, patentear a pesquisa e transferir a tecnologia para o mercado.

Caminhando a passos largos em relação a várias IES de todo o país, a UFPI, desde 2006 vem apoiando e investindo em seu NIT ? denominado de Nintec (Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia). As atividades desenvolvidas foram focadas inicialmente em sensibilizar os pesquisadores sobre a importância de patentear suas pesquisas e levá-las ao mercado; hoje o trabalho realizado no Estado já é destaque nacional.

?Nós estamos consolidando um modelo de investimento tanto em inovação tecnológica quanto de transferência de tecnologia. Há alguns anos essa idéia era vista como um sonho hoje é realidade. Essa semana, durante a 6ª Reunião do REUNI, o MEC provou que nossa visão estava correta ao garantir que irá investir nos núcleos, lançando um olhar todo especial para o setor?, disse o reitor Luiz Júnior.   

Sede do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (Nintec)

O primeiro processo de patenteamento de pesquisa pelo Nintec foi iniciado ano passado e semana passada a UFPI recebeu com orgulho a notícia de que a pesquisa passou no Exame Formal Preliminar, uma das etapas para que o título de propriedade seja alcançado. A pesquisa é de responsabilidade da Mestre em Química Lana Graziela.

 "A proteção dos direitos da propriedade intelectual é uma das ferramentas mais importantes no desenvolvimento tecnológico, econômico e científico no Estado, no País. A instituição estará dando de um retorno à sociedade dos investimentos. Quando se protege suas invenções, exclui terceiros de explorar o produto ou processo desenvolvido, desta forma o pesquisador será recompensado e terá alcançado resultados úteis à sociedade, estimulando o investimento por parte das empresas ", explica Lana.

 A pesquisa terá que passar 18 meses em sigilo e depois será publicada pela Revista da Propriedade Industrial. O próximo passo é realizar o exame técnico, que irá analisar a patentiabilidade do pedido e a adequação às exigências técnicas.

 Pesquisas nas áreas de biotecnologia, ciências da natureza, química e matemática têm sido as mais contempladas nos processos de patenteamento feitos pelos Núcleos de Inovação Tecnológica das universidades brasileiras. O motivo diz respeito a dois dos requisitos fundamentais para conseguir o título de propriedade: ser uma atividade inventiva, ter aplicação industrial e não ter domínio público. 

A importância do patenteamento de pesquisas para a universidade está intimamente relacionada ao reconhecimento da instituição como produtora de conhecimento e à possibilidade de levar o resultado desses trabalhos até empresas, fortalecendo as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão e contribuindo para o desenvolvimento sócio-econômico da região. ?Durante muito tempo, as universidades produziram conhecimento, mas não conseguiam levá-lo ao mercado. Um dos objetivos do Nintec é reduzir essa distância entre pesquisa e mercado?, explicou o coordenador do Nintec, Sérgio Leal.

O pesquisador interessado em realizar o patenteamento deve se dirigir ao Nintec, onde receberá o direcionamento necessário para dar entrada na solicitação do título de propriedade de sua pesquisa.

Coordenadoria de Comunicação