Pioneira na aplicação de cotas sociais ainda em 2006, a Universidade Federal do Piauí está ampliando de 5% para 20% as vagas destinadas para alunos das escolas públicas. A partir do próximo vestibular, que será realizado em dezembro, os alunos que comprovarem serem carentes vão poder concorrer a mais de mil vagas, em vez de 247, a exemplo dos anos anteriores.

De acordo com o reitor da UFPI, Luiz Santos Junior, a decisão se baseou num estudo sobre o desempenho dos alunos já beneficiados com o sistema de cotas sociais. ?A idéia é fazer inclusão social decente. Para isso fizemos um estudo aprofundado e constatamos que o desempenho dos alunos oriundos das escolas públicas é igual a dos alunos das escolas particulares, inclusive em cursos concorridos como Medicina e Direito?, explica o Reitor?.

Ele ressalta que além de garantir a entrada desses alunos, a UFPI têm investido na manutenção desses alunos na Instituição. ?Não adianta apenas possibilitar a entrada. Temos que garantir que eles continuem no curso. Para isso já ampliamos e reformamos nossos refeitórios, que vendem um prato balanceado a R$ 0,80, sendo que muitos desses alunos carentes têm alimentação gratuita. Também fomos a Universidade que mais investiu em livros no país, além de priorizarmos o assessoramento pedagógico para acompanharmos as dificuldades desses alunos?, destaca Luiz Santos Junior.

Com o novo sistema de cotas, alunos que provarem a carência e optarem por cursos como Medicina, em vez de concorrerem a quatro vagas de forma exclusiva, passam a concorrer a dezesseis vagas. Nesse caso, a ampla concorrência, que tinha 74 vagas, passará a ter 64. Atualmente, o curso de Medicina conta com oitenta vagas.

Ao todo, foram 3500 alunos que pediram isenção da taxa de R$ 45,00 na Pró-Reitoria para Assuntos para Assuntos Estudantis e Comunitários, comprovando serem oriundos de escolas públicas. ?Se a documentação estiver de acordo, todos esses alunos deverão ser isentos da taxa e concorrerem a 20% das vagas de todos os cursos. Essa é uma política de inclusão do Governo Federal e nós da UFPI, mais uma vez, partimos na frente?, garante Luiz Junior.

Coordenadoria de Comunicação Social