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Brasil passa Suécia em produção científica

12/07/2007 10:46

O Brasil está atualmente na 15ª posição na lista de países que mais publicam artigos científicos no mundo: foram 16.872 no ano passado, ou 1,92% da produção global. O número representa um crescimento de quase 7% em relação a 2005 e de 33% na comparação com 2004. Com isso, o País ultrapassou a Suécia e a Suíça e começa a ameaçar a Rússia, que por sua vez apresentou uma queda significativa na área, de quase 17% no ano passado na comparação com 2005.

Apesar de a produção científica nacional caminhar atualmente em uma linha ascendente, esse resultado era esperado pelo governo apenas em 2008. Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), Jorge Guimarães, entre os motivos que explicam o salto está a avaliação mais rigorosa de cursos como Psicologia e Psiquiatria (que publicou 70% mais no período de 2004 a 2006, em relação a 2001-2003), Ciências Sociais (52% a mais) e Medicina (incremento de 47%).

O sistema de avaliação condiciona a manutenção da bolsa de estudo à produtividade apresentada pelo pesquisador, medida pela publicação de artigos em revistas científicas indexadas - ou seja, com um certo grau atestado de qualidade -, entre outros requisitos. O critério é criticado por parte da comunidade científica, pois cria uma pressão para que o cientista publique rapidamente resultados de seu trabalho.

?Tem gente que acha que não se deve avaliar (a produção científica). Não podemos exagerar, é verdade, mas como um estudante entra no mundo competitivo? Se expondo?, afirma Guimarães. O presidente da Capes diz que novos indicadores de qualidade começam a ser discutidos internamente, mas que ainda não serão incorporados pela instituição.

IMPACTO MAIOR

O Brasil cresceu em outro indicador de produção científica, o qualitativo. O nível de impacto dos artigos nacionais subiu, o que significa que mais pessoas usam os trabalhos brasileiros para embasar suas próprias pesquisas.

Entre 1981 e 1985, quando o País publicou 10.833 artigos (0,48% da produção mundial), eles foram citados 14.625 vezes, apresentando um índice de impacto de 1,35. Entre 2000 e 2005, o mesmo índice passou para 2,95: dos 70.003 artigos publicados no período (1,72 da produção mundial), foram registradas 206.231 citações.

FALHAS

Apesar dos índices positivos, o Brasil ainda está muito distante de seus principais competidores do mercado internacional. Ainda que faça parte do grupo das nações emergentes, a China, em particular, e a Índia encontram-se bem à frente do País.

A China, por exemplo, que em 2006 era o quarto no ranking de produção científica, pode assumir em 2007 a segunda colocação e se aproximar dos Estados Unidos, histórico campeão no setor. Os chineses aumentaram em 16,8% o número de artigos científicos publicados entre 2005 e 2006 e os indianos, em 6,94%. Os brasileiros foram os terceiros em crescimento: 6,81%.

Além disso, outros países publicam e investem mais em setores que geram patentes e, conseqüentemente, produtos com valor agregado. ?Este é o nosso calcanhar-de-aquiles?, admite Guimarães. Entre as áreas mais quentes, estão as ligadas a ciências exatas, como tecnologia da informação (TI), enquanto o Brasil tem tradição em pesquisas nos setores de humanas e biológicas.

O problema é a conhecida falta de integração entre os centros nacionais de produção do conhecimento, tradicionalmente as universidades, e o setor produtivo. Além disso, o investimento em ciência e tecnologia no Brasil ainda é menor do que o feito em outras áreas.

Hoje, o Brasil destina apenas 1,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para ciência e tecnologia. ?Isso é três a cinco vezes menos do que investem os países desenvolvidos?, lamenta o presidente da Capes, que participa em Belém da 59ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Fonte: O Estado de São Paulo

10/07/2007

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