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Produção científica no Brasil é a maior da América Latina

11/10/2006 09:17

Ciência, tecnologia e inovação (CT&I) são essenciais para o desenvolvimento e fortalecimento de qualquer país. Pode-se dizer que a ciência deu os seus primeiros passos no Brasil em 1808, com a vinda da Família Real Portuguesa. Entretanto, foi com a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1951, e depois várias outras instituições e programas na área de Ciência e Tecnologia, que o fortalecimento científico e tecnológico passou a ser visto como condição essencial para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.  

Na década de 70 já tínhamos uma política de C&T com programas de formação de pesquisadores científicos, apoiados por consideráveis investimentos do Governo Federal. Isto incluía a criação de universidades públicas e apoio a instituições públicas e privadas, com a construção e aparelhamento de laboratórios, infra-estrutura complementar, formação e contratação de pessoal. Foi possível, nessa época, atender em boa parte, , as demandas mais urgentes do processo de industrialização do Brasil, sobretudo com a formação e treinamento de pessoal técnico-científico especializado.
           
Entretanto, esses esforços e avanços nacionais em C&T sofreram sérios entraves durante o processo de transição política por que passamos na década de 80, com as dificuldades na economia nacional, já sob os impactos das mudanças nas relações mundiais que aconteceram nos últimos decênios do século XX. Faltou-nos uma boa estratégia para garantirmos um pleno desenvolvimento em C&T, focalizando a inovação. As universidades e a nossa base científica, em crise de sustentação financeira, careciam de desenvolvimento tecnológico e estavam distantes do setor empresarial, este também bastante acomodado e afastado das relações internacionais. Percebida a necessidade urgente de se gerar tecnologia inovadora, produtos de maior valor agregado e de se aproximar a atividade científica da iniciativa empresarial, muitos esforços foram desenvolvidos, buscando-se também compreender melhor e acompanhar toda a complexidade dos panoramas nacional e mundial.

O Brasil lidera hoje a produção científica e tecnológica na América Latina. Dados do Institute for Scientific Information (ISI - USA) registram que em 2004 a América Latina publicou 28.594 trabalhos científicos em periódicos internacionais indexados, dos quais 13.328 foram produzidos no Brasil (46,6%). Em 2005, a produção brasileira cresceu 19% em relação a 2004, e representa 1,8% da produção mundial. Publicamos, em 2005, 14.681 trabalhos; o México, 7.184; a Argentina 5.311 e o Chile 3.135.
           
O último levantamento da produção técnica dos grupos de pesquisa, realizado pelo CNPq em 2004, referente ao ano 2003, registrou: 23.515 pesquisadores e 9.637 pesquisadores-estudantes, que produziram, respectivamente, 37.193 e 5.224 trabalhos técnicos diversos. Na linha de softwares foram produzidos 2.608 trabalhos, dos quais 204 com registro de patente. Na linha de produtos técnicos, 1.520 trabalhos, dos quais 433 com registro de patente.

Segundo o U.S. Patent and Trademark Office (USPTO), em 2004 o Brasil apresentou 203 pedidos de depósito de patente; a Argentina, 86; o México, 152 e a Coréia, 9.730. A nossa pequena dianteira, em relação aos países da América Latina, sugere que a nossa cultura em C&T apenas começa a despertar no campo das patentes, na competição internacional. De fato não estamos usando a capacidade formada para a produção de conhecimento produtivo, o que depende de maior interação com o setor empresarial. Entretanto, no âmbito nacional o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) registrou 21.742 patentes, depositadas no ano de 2004.

As incubadoras de empresas e parques tecnológicos brasileiros têm permitido a aproximação universidade-empresa e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e competitivas. Temos hoje 339 Incubadoras em operação e 42 Parques Tecnológicos (alguns destes ainda em implantação), com 5.618 empresas incubadas, das quais 1.678 já foram graduadas e estão em operação e 1.613 são empresas associadas a incubadoras.

? Lauro Morhy- Vice-Presidente do CNPq. Ex-Reitor da Universidade de Brasília. Doutor em Biologia Molecular / Química de Proteínas.
? Artigo publicado no Guia do Estudante, Melhores Universidades, Editora Abril, setembro de 2006.

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