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Recomendação de Leitura paraférias

02/07/2009 09:47

Se existe um fio condutor entre Adam Smith e as complexas fórmulas matemáticas que movem as finanças internacionais nos dias de hoje, é a crença de que o ser humano, pelo menos no que diz respeito aos bens materiais, é um ser racional. Avaliamos todas as opções disponíveis, sabemos as implicações de cada uma delas e escolhemos sempre o melhor caminho. Fazemos isso todos cotidianamente, várias vezes ao dia. Escolhas malfeitas? Sem problema: a proverbial "mão invisível do mercado" está aí para nos recolocar na rota do bem e da racionalidade. Com base nessas premissas, gerações de economistas vêm tirando conclusões que vão da composição do preço do pão da padaria da esquina às políticas públicas de saúde e educação. É desse tipo de economia que um novo e instigante livro não trata. Previsivelmente Irracional, do professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Dan Ariely, se propõe a demonstrar justamente o contrário: nós, humanos, somos irracionais. Muito menos sensatos e calculistas do que o Homem Econômico descrito pelas teorias tradicionais. Muito mais capazes de ceder a estímulos psicológicos difíceis de compreender, mas fáceis de identificar. A capacidade de contrariar nossos próprios interesses é tamanha que chega a ser previsível, argumenta Ariely. "Entender como somos previsivelmente irracionais é o ponto de partida para melhorar nossas decisões e mudar nossas vidas para melhor."

Dan Ariely é um dos novos expoentes de um ramo relativamente novo dos estudos da economia, conhecido como economia comportamental. Em vez de lidar com planilhas, gráficos e modelos, Ariely se concentra em experimentos que mostrem como as pessoas realmente se comportam na hora de comprar, vender, trabalhar, mudar de emprego e assim por diante. Seus estudos fazem fronteira com a psicologia, pois tentam entender como as mais diversas emoções -- raiva, medo, desejo sexual -- são parte fundamental de toda decisão econômica que tomamos no dia-a-dia. Embora não desfrute de tanto prestígio quanto a teoria convencional, a economia comportamental vem ganhando espaço na academia. Em 2002, o Nobel de Economia foi concedido ao psicólogo Daniel Kahneman por seus estudos sobre os mecanismos de tomada de decisão. Ariely trilha o mesmo caminho, e seu livro relata dezenas de experimentos que podem parecer triviais -- mas que são surpreendentemente reveladores sobre os descaminhos de nossa mente.

Para investigar o peso das múltiplas opções, Ariely bolou um experimento virtual que envolvia três portas coloridas. Sentado diante de um computador, cada participante tinha um limite de 100 cliques e três portas coloridas para escolher. Cada uma delas envolvia uma pequena recompensa, que variava de 1 a 10 centavos. Eis a suposição: após algumas vezes, o jogador perceberia qual porta tinha um bom prêmio e continuaria clicando nela até o fim do experimento, certo? Errado. Ariely e seus colegas ficaram surpresos ao constatar que a maioria dos participantes continuava desperdiçando cliques na tentativa de encontrar uma porta melhor. O teste foi refinado: ao clicar em uma nova opção, haveria um desconto de 3 centavos (e não só mais a perda de um clique). O resultado foi o mesmo.

Previsivelmente Irracional ? Como as Situações do Dia-a-Dia Influenciam as Nossas Decisões
Campus, 304 págs.
Autor
Dan Ariely
Por que ler
Num relato leve e divertido, Ariely aponta como somos capazes de tomar decisões erradas ? sem nem sequer perceber
"Somos muito menos racionais do que a teoria econômica tradicional presume. Além disso, esse nosso comportamento irracional não é aleatório. Ele é sistemático e, como o repetimos o tempo todo, previsível"

Fonte: http://portalexame.abril.com.br

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